Socialização e interseccionalidades no ensino médio: reflexos sobre adolescentes negras em duas escolas de Pelotas - RS
Abstract
Este trabalho lança um olhar sobre as adolescentes negras de duas escolas de ensino médio pelotense em relação ao processo de socialização desenvolvido no espaço educacional gerido pelo governo estadual e as interseccionalidades que perpassam suas biografias. Nele, buscamos identificar os mecanismos acionados pelas estudantes negras para movimentar-se dentro destes espaços institucionalizados, reagindo ao modus operandi da escola no sentido da manutenção ou contestação do status quo, aceitando ou refutando o lugar destinado a elas pela sociedade constituída sobre bases de exploração escravagistas. Através do uso de ferramentas digitais (WhatsApp e e-mail), as adolescentes relatam as experiências registradas em suas memórias, a partir de questionários que as fizeram refletir mais especificamente sobre os tempos compartilhados presencialmente dentro da estrutura física das instituições educativas. A tríade analítica composta pelas categorias corpo alerta, voz não manifesta e escrita protegida possibilitou demonstrar como a escola ainda é um lugar interseccionado pelo racismo e pela misoginia, levando as garotas a um movimento de autopreservação social.
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