Lactobacillus sp. H7 isolado de kefir na produção e caracterização de leite fermentado com a adicão de Bifidobacterium animalis subsp. lactis Bb-12 e amora-preta
Abstract
Alimentos lácteos fermentados têm sido, cada vez mais, relacionados com a saúde e
bem-estar, desta forma a adição de frutas e bactérias probióticas tornam-os mais
nutritivos e atrativos ao consumidor. Assim, o estudo teve como objetivo avaliar o
potencial probiótico e tecnológico de Lactobacillus sp. H7, isolado de kefir, na
produção de leite fermentado adicionado de Bifidobacterium animalis subsp. lactis
Bb-12 e amora-preta. A partir de quatro amostras de kefir obteve-se 40 isolados,
utilizando o meio seletivo (ágar MRS), para bactérias ácido-láticas (BAL). Foram
realizados testes de coloração de Gram e catalase, avaliação dos aspectos de
segurança microbiólogica incluindo testes como, atividade da enzima Dnase,
atividade hemolítica, atividade da enzima gelatinase, susceptibilidade a
antimicrobianos de uso clínico e avaliação da presença de plasmídeo. Analisou-se o
potencial tecnológico e probiótico e sua identificação molecular. O isolado
identificado molecularmente como Lactobacillus sp. H7 apresentou potencial
tecnológico e probiótico demonstrando valores de auto-agregação e co-agregação,
respectivamente de 67,69% e 39,33% e capacidade hidrofóbica de 12,67%. Entre
os dois isolados, H7 foi selecionado para a elaboração do leite fermentado, por
apresentar capacidade de sintetizar exopolissacarídeos. Elaborou-se dois
tratamentos do leite fermentado, a partir da formulação básica, sendo um deles
mantido na forma de gel (LF) e o outro submetido ao processo de liofilização (LFLR),
ambos mantidos em refrigeração. O leite fermentado liofilizado foi sempre
reconstituído, antes da realização das análises. Na avaliação da viabilidade em
simulação sob trânsito gastrointestinal, o isolado H7 apresentou uma estimativa da
população microbiana de 5,99 log UFC.mL-1 para LF e 5,93 log UFC.mL-1 para
LFLR, enquanto que a bactéria probiótica Bb-12 apresentou contagem superior a 6
log UFC.mL-1 para ambos. Também foi avaliada a viabilidade destas bactérias
durante o tempo de armazenamento do leite fermentado em refrigeração, obtendo
para o isolado Lactobacillus sp. H7 e a bactéria probiótica Bb-12, ao final do período
de 35 dias, 7,28 log UFC.mL-1 e 7,46 log UFC.mL-1 para LF e 7,21 log UFC.mL-1 e
6,74 log UFC.mL-1 para LFLR, respectivamente. Os tratamentos não demonstraram
diferença significativa quanto a pH, umidade, cinzas, lipídios, proteínas,
antocianinas, compostos fenólicos e antioxidantes. O tratamento LF apresentou
acidez igual ou superior ao LFLR. A adição de polpa de amora-preta contribui com
as antocianinas, compostos fenólicos e antioxidantes no produto lácteo. Os dois
tratamentos mostraram boa aceitação sensorial, entretanto o LF foi a amostra
preferida entre os avaliadores. Assim, pode-se concluir que o isolado Lactobacillus
sp. H7 demonstrou potencial tecnológico para a elaboração de um leite fermentado e
juntamente com a Bb-12 garantiram um produto probiótico, e mantiveram uma
viabilidade superior a 6 log UFC.mL-1
, durante os 35 dias de armazenamento,
independentente do processo de liofilização.
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