Desenvolvimento e imunogenicidade de uma vacina de aplicação intravaginal contra o alphaherpesvírus bovino tipo 5 (BoHV-5) associada a subunidade B recombinante da enterotoxina termolábil de Escherichia coli (rLTB)
Resumen
O sistema imune de mucosa representa a barreira inicial frente a diversos patógenos que utilizam estas superfícies como porta de entrada no organismo, como é o caso dos alphaherpesvírus bovinos (BoHV). Estes vírus utilizam as mucosas, principalmente nasal e genital, como ponto inicial de replicação, seguido de disseminação local, viremia e disseminação neuronal. Devido à grande importância das vias mucosas na transmissão dos BoHV, torna-se evidenciado o interesse no
desenvolvimento de vacinas que propiciem imunidade de mucosa contra estes vírus. No presente estudo, 63 fêmeas bovinas da raça Braford foram divididas em sete grupos de nove animais e foram inoculadas por via intravaginal com BoHV-5 inativado, associado à subunidade B recombinante da enterotoxina termolábil de E. coli (rLTB) como segue: G1 (2-hidroxietilcelulose + BoHV-5 + rLTB), G2 (2-hidroxietilcelulose + BoHV-5), G3 (Poloxâmero 407 + BoHV-5 + rLTB), G4 (Poloxâmero 407 + BoHV-5), G5 (BoHV-5 + rLTB), G6 (Controle negativo) e G7 (Controle positivo). A resposta humoral local e sistêmica induzida nos animais inoculados foi mensurada através do teste ELISA indireto (IgA e IgG) e de soroneutralização, e a resposta celular por ELISA direto quantitativo (IL-2 e IFN-Gama). Como resultados, na mucosa vaginal, o grupo intramuscular, G5 proporcionou os maiores níveis de IgG, os grupos experimentais com polímeros (G1 e G3) demonstraram-se superiores estatisticamente p<0,01), em relação ao grupo controle positivo (G7), assim como, com relação aos níveis de IgA observados na mucosa vaginal aos 30, 60 e 90 dias após a primeira inoculação. Os grupos G1 e G3 também proporcionaram títulos superiores de anticorpos neutralizantes (log2) em relação aos demais tratamentos (p<0,01) 90 dias pós inoculação, demonstrando a eficiência dos polímeros testados como sistema de entrega do antígeno. Já na mucosa nasal, houve incremento dos níveis de IgA e IgG com o uso das vacinas dos grupos G1 e G3, em relação ao controle positivo, G7 (p<0,05) aos 60 e 90 dias após a primeira inoculação, o que enfatiza a forte relação entre os sistemas de mucosa. A inoculação das vacinas experimentais também resultou em aumento nos níveis de IgA e IgG no soro dos animais, mensurado por ELISA indireto, além de apresentarem títulos de anticorpos neutralizantes aos 60 e 90
dias, detectados através de soroneutralização. Os maiores títulos de anticorpos neutralizantes foram proporcionados pelo grupo G5 (sem polímeros e intramuscular). A vacina intravaginal demonstrou-se capaz de incrementar os níveis de IgA e IgG ede interleucinas no soro e nas mucosas nasal e vaginal dos bovinos imunizados. Estes dados comprovam a capacidade da vacina de aplicação intravaginal em bovinos em estimular uma resposta imune local e sistêmica, além de corroborar a atividade
imunoestimulante, em mucosas, da rLTB. Deste modo, esta via de administração de vacinas torna-se uma alternativa promissora, principalmente quando se objetiva gerar proteção local contra patógenos que utilizam as superfícies mucosas como porta de entrada no organismo.
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