Theodor W. Adorno: Emancipação e Liberdade para além da Sociedade Administrada.
Resumen
Theodor W. Adorno (1903-1969), apesar de não ser considerado um Iluminista, dedica-se, em sua reflexão filosófica, a perspectivas que pertencem a essa Tradição: é o que ocorre com as acepções de “emancipação” e de “liberdade”. A partir destas, examina-se a sua contribuição teórica para a compreensão da emancipação humana na pluralidade das sociedades históricas e no enfrentamento filosófico ao problema da liberdade. Nesse horizonte, o pensamento de Adorno enfoca a temática da emancipação e de sua possibilidade histórica no âmago da contribuição filosófica da Escola de Frankfurt em sua tentativa de atribuir aos seres humanos a responsabilidade pela elaboração de suas formas de vida. Assim, dois questionamentos se tornam relevantes, a saber: se a emancipação é uma possibilidade histórica, e se ela é compatível com a sociedade vigente, ou se exige sua supressão. A partir da Dialética do Esclarecimento, escrita conjuntamente com Max Horkheimer, perpassando pela Mínima Moralia, Introdução à Sociologia e pela Teoria Estética , dentre outros escritos, mas principalmente na Dialética Negativa, investiga-se a hipótese de que para Adorno a emancipação pressupõe a superação da realidade estabelecida. Entretanto, para ele, a emancipação humana não é antagônica à vida em sociedade, ao contrário, ela a exige para sua realização como nexo funcional, bem como, para ele, a emancipação permanece uma possibilidade mesmo não tendo ainda sido efetivada no curso da História humana. Neste sentido, sua elaboração teórica pode ser compreendida no não comprometimento da Filosofia com a dominação do humano ou com a desumanização do mundo. Adorno é um pensador crítico, um Teórico Crítico da Sociedade, e sua filosofia, centrada na “análise de modelos”, se propõe a efetuar a “negação determinada” do entrelaçamento entre vida e produção, entre liberdade e repressão, entre progresso e desenvolvimento, enfim, visa a efetivar uma “dialética negativa” da existência humana nos limites da realidade estabelecida. A elaboração teórica adorniana possibilita uma abordagem da “sociedade de massas”, a qual foi o baluarte de eventos como o Nazismo. Além disso, seu pensamento é atual no tocante à análise da conjuntura da sociedade contemporânea, fornecendo uma arquitetura teórica que expõe questões prementes sobre a educação, a estética, a moralidade política, entre outras, que explicitam as condições e as possibilidades humanas de resistência, de recusa frente ao estabelecido e de reflexão que, ao tornar-se distante dos objetivos socialmente requeridos fornece a profundidade que se necessita para a diferenciação frente à sociedade que a tudo pretende harmonizar com o objetivo de dominar e de alienar.
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