Garimpeiras locais contra as Minas Gerais: o que elas me ensinaram sobre capitalismo e ciência
Resumen
Esse texto foi construído a partir de duas tramas: a primeira é a da preocupação das pessoas de São João com a intensidade cada vez maior da ocupação Ocidental e como estão lidando com isso. A segunda é a minha preocupação em ajudar as ocupações não-ocidentais e de tudo que desvia da ocidentalidade no fazer arqueológico e antropológico e como eu tentei lidar com isso. Ao percorrer os caminhos que me propus me deparei com os mecanismos de adaptação usados por estas mulheres para sobreviver sem se enforcar nas sobreposições, apertos e embaraços das redes de relações sendo influenciadas cada vez mais pelas estratégias de dominação da modernidade e do capitalismo. Em São João da Chapada podemos ver o quanto a aceleração do processo de cercamento de terras e a Ciência são os principais instrumentos disciplinadores, colonizadores e reguladores, usados para empurrar as pessoas mais e mais em direção a um modo de vida capitalista. Sendo esta a preocupação maior de
todos ali este trabalho traz uma descrição das resistências e parte delas para entender as relações que lá acontecem. Orientada por teóricas indígenas descoloniais e principalmente pelas experiências em São João da Chapada, vi a necessidade da produção de um texto que não se tratasse apenas de uma descrição etnográfica, mas de experimentar uma inversão a este processo e produzir conhecimentos sobre a arqueologia orientados pelas minhas experiências de campo. Finalizo então com uma reflexão sobre como construir outras metodologias arqueológicas que nos ajudem a destruir as bases patriarcais da nossa prática.
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