Carne ovina: perfil de consumo frente ao bem-estar animal
Resumen
Existe uma tendência promissora para o mercado da carne ovina, devido ao aumento na produção de animais com aptidão para produção de carne que vem ganhando destaque através da demanda dos consumidores por carne de qualidade. Neste contexto objetivou-se investigar o conhecimento de produtores e consumidores de carne ovina frente a aspectos relacionados com o bem-estar animal, bem como seus hábitos de consumo, e a aceitação de produtos que garantam o bem-estar. Foram entrevistados 417 potenciais consumidores de carne ovina, os quais responderam questões relacionadas aos hábitos de consumo, bem como o conhecimento por parte de consumidores e produtores sobre questões que envolvem as práticas de bem-estar animal e a intenção de compra de produtos que obtenham um selo de certificação de bem-estar animal. Os entrevistados foram selecionados durante a 92º Expofeira de Pelotas e em pontos estratégicos de venda de carne como: açougues, boutiques de carnes e supermercados, localizados na cidade de Pelotas. A análise dos dados foi realizada através da estatística descritiva com distribuição de frequências sendo comparadas pelo teste Qui-Quadrado (p-valor=0,05), quando necessário utilizou-se o teste de Kruskal Wallis afim de comparar as médias obtidas. A amostra foi composta por 60,2% de consumidores e 39,8% de produtores rurais, com uma predominância de indivíduos do sexo masculino 55,4%, e pessoas de origem rural 51,6%, onde 62,9% possui ensino médio completo ou superior completo, e 57,6% está faixa etária entre 18-39 anos com renda em torno de 1 a 2,5 salário mínimo 40.3%. Dos entrevistados 34% afirmam consumir carne ovina pelo menos uma vez ao mês e somente 6% declararam não consumir tal produto. A maioria dos entrevistados julga ser de extrema importância às práticas de bem-estar animal (39%), além disso, 90% declararam se preocupar com o modo como os animais são criados e abatidos e 87,8% consideram importante saber mais sobre o sistema de criação antes de consumir o produto. Produtores e pessoas de origem rural detém um maior conhecimento sobre as normativas que regem o bem-estar animal quando comparado a consumidores e indivíduos de origem urbana. Dentre os entrevistados 90,1% declararam que fariam aquisição do produto com selo de certificação de bem-estar animal, e 74,2% pagariam a mais para obter garantia que os animais foram criados sob normas de bem-estar animal, onde 46% relataram pagar até 10% a mais pelo kg do produto. Com isso evidencia-se que há uma preocupação sobre as práticas de bem-estar animal, porém ainda é restrito o conhecimento do consumidor de carne ovina sobre tal temática, necessitando da divulgação de estudos que promovam tal conhecimento.