Experiências do cuidador familiar da criança em tratamento conservador renal no sul do Brasil
Resumo
Com o objetivo conhecer as experiências do cuidador familiar da criança em tratamento conservador renal no Sul do Brasil, realizou-se este estudo qualitativo e descritivo, após a aprovação do comitê de ética da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas sob o número 985770. Foram incluídos os familiares caracterizados como cuidador familiar principal da criança que estavam em tratamento conservador renal em um ambulatório de Pediatria do município de Pelotas. A coleta de dados foi realizada de abril a agosto de 2015, por meio de entrevista semiestruturada. O local das entrevistas foi definido com os participantes, na maioria em suas residências. Foram construídos com os cuidadores familiares o genograma e o ecomapa. Participaram 11 cuidadores familiares, todas do sexo feminino, autodeclaradas de cor branca, mães das crianças, a maioria residentes em área urbana, casadas, católicas, com ensino fundamental completo, não exercem atividade profissional remunerada e recebem auxilio doença. A maioria das crianças é do sexo feminino, branca, reside em área urbana, estão na terceira fase do ciclo de desenvolvimento infantil, não frequentam a escola e tem irmãos. Estão em tratamento conservador renal de 2 meses a 11 anos e as principais causas da doença renal foram as malformações do trato urinário e as glomerulopatias. As entrevistas permitiram a construção de cinco categorias nomeadas como: Descobrindo a doença; Vivendo a vida pela criança; Lidando com a doença; Percebendo a saúde da criança; Percebendo o apoio. Constatou-se que as transformações que ocorrem na vida do cuidador familiar estão ligadas as mudanças de ordem afetiva, sociais, profissionais e econômicas. Considerações finais: Diante da necessidade de orientação as cuidadoras familiares, a enfermagem pode contribuir no empoderamento familiar promovendo o envolvimento destes nas decisões que envolvem a saúde da criança com doença renal.