Heterose nos indicadores fisiológicos e comportamentais de bovinos de corte

Visualizar/ Abrir
Data
2023-04-17Autor
Araujo , Luciana de Almeida Peres
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O uso do cruzamento pode ser uma boa ferramenta para complementariedade
entre raças e explorando o efeito de heterose. O cruzamento entre zebuínos e taurinos
sobressai a outros sistemas de acasalamento pelo distanciamento genético existente.
Em vista disso, o objetivo do trabalho é mensurar o grau de heterose em
características comportamentais e fisiológicas em diferentes grupamentos genéticos
provenientes do cruzamento entre animais das raças Charolês e Nelore. Foram
avaliados bovinos mantidos em confinamento, representados por 79 machos
castrados, divididos de acordo com oito graus de sangue Charolês x Nelore. O período
total de confinamento foi de 97 dias, sendo os primeiros 14 dias de adaptação ao
ambiente e regime alimentar. Os animais foram pesados no início e no final do período
experimental, bem como a cada 21 dias, após 14 horas de jejum. As características
avaliadas foram: escore de composto (Piovesan, 1998), tempo de fuga (BURROW &
DILLON, 1997), distância de fuga (BOIVIN et al., 1992), localização dos pelos faciais
denominados “redemoinho” e nível de cortisol plasmático. A inclusão de genes
Charolês proporcionou incremento no tempo de saída da balança nos novilhos,
perfazendo valores positivos da característica em relação aos Nelores. Por outro lado,
houve diminuição com a inclusão gênica de Nelore, com valores negativos de variação
do escore composto de balança. Para a característica distância de fuga, somente
animais puros Charolês apresentaram valores inferiores aos 35 dias de confinamento.
No entanto, aos 55 e 76 dias de confinamento, além dos animais de raça pura
Charolês, os animais com maior grau de sangue Charolês na geração três, também
apresentaram valores inferiores. Por outro lado, foram identificados valores superiores
para a característica, nos animais puros Nelore e com predominância Nelore na
geração três, aos 55 e 76 dias de confinamento. Animais de raça pura Nelore e com
predominância Nelore manifestaram maiores valores para a característica de
redemoinho, em comparação com os animais puros Charolês ou com maior grau de
sangue Charolês. Quando comparada entre os diferentes sistemas de acasalamento,
a característica não diferiu (p>0,05) entre os animais das gerações dois, três e quatro,
porém, diferiu dos animais de raças puras, esses apresentando média inferior. No que
diz respeito a indicadores fisiológicos, os animais puros da raça Charolês
apresentaram valor superior de cortisol (Tabela 6), quando comparados a animais
puros Nelore. Por outro lado, foi reportado maior valor para cortisol em animais com
maior incremento de sangue Nelore na terceira geração. O cortisol não diferiu (p>0,05)
entre os sistemas de acasalamento. Em relação aos animais puros, verificou-se que
os animais Charolês são mais calmos, tendo melhores valores em todas as
características. Quando existe diferença nas avaliações dentro das gerações, animais
com predominância de sangue Nelore são mais reativos. O manejo também influencia
no comportamento e reatividade ao longo das avaliações.