Uso de probióticos na alimentação de larvas de jundiá (Rhamdia quelen, Quoy & Gaimard, 1824)
Abstract
A larvicultura é a fase mais importante no cultivo de peixes, pois ao nascer seu
organismo não está totalmente formado e problemas em sua ontogenia acarretarão
complicações por toda a vida. Os probióticos têm sido eficientes na modulação do
microbioma intestinal a qual interfere na saúde e crescimento das larvas sendo
substitutos aos antibióticos. O jundiá é um peixe que se apresenta promissor para
ser produzido em larga escala, porém a elevada desuniformidade no crescimento
que culmina em canibalismo, dificulta o manejo e aumenta as perdas. Assim,
avaliou-se o desempenho, uniformidade e taxa de mortalidade de larvas de jundiá
alimentadas com ração contendo diferentes probióticos. Durante 21 dias, larvas de
jundiá com 4 dias pós eclosão, 1,00 mg de peso médio e 4,75 mm de comprimento
total médio foram cultivadas em 16 aquários totalizando 100 larvas por unidade
experimental. A partir de um delineamento inteiramente casualizado, foram testadas
as seguintes dietas em quatro repetições: CO: ração controle, sem adição de
probiótico; PP: ração com Pichia pastoris; SB: ração com Saccharomyces boulardii e
BT: ração com Bacillus cereus var. toyoi. Dentre os probióticos testados, Bacillus
cereus var. toyoi apresentou os melhores resultados, pois ao final da primeira
semana as larvas desse tratamento estavam 25% mais pesadas que as do controle
e ao final do experimento a diferença aumentou para 28%. Além disso, BT também
melhorou a uniformidade e o fator de condição. As larvas alimentadas com
Saccharomyces boulardii apresentaram menor peso dentre todos os tratamentos.
Pichia pastoris proporcionou às larvas um crescimento semelhante ao tratamento
controle. Portanto, conclui-se que Bacillus cereus var. toyoi melhora o desempenho
e a uniformidade de larvas de jundiá e que cerca de 28% da perda de peso nessa
fase está ligada à microbiota intestinal, visto que a ação probiótica ocorre no
intestino.