Formação cultural, semiformação, indústria cultural: contribuições de Theodor W. Adorno para pensar a educação
Resumen
Este trabalho busca, amparado em categorias do pensamento de Theodor Adorno, contribuições para pensar a educação hoje. Retoma o conceito formação cultural (Bildung), desde o Iluminismo, até desembocar no que, contemporaneamente, é
definido por Adorno como semiformação(Halbbildung); busca demonstrar a intrínseca relação entre educação e formação cultural como processos que se entrelaçam. Quando a produção simbólica, própria do processo da cultura, distanciase do genuíno saber popular e aproxima-se dos interesses do mercado, convertida em mercadoria pela indústria cultural, encontra-se as bases para consolidação do
que, para Adorno, constitui o processo de semiformação, onde se desarticulam as condições subjetivas que possibilitam a efetivação do caráter emancipatório da Formação. Este fenômeno de mercantilização da cultura é caracterizado por Adorno como Indústria Cultural, pois não se trata de um fenômeno cultural produzido espontaneamente pelas massas, mas sim de uma atividade econômica organizada nos moldes do capitalismo monopolista e que atua como legitimação de um padrão de dominação e integração de grupos sociais que são diferentes entre s. Reflete o processo de desensibilização e desenvolvimento de mecanismos de defesa que tornam os indivíduos indiferentes às barbáries a que são cotidianamente
submetidos. Propõe-se a refletir sobre a possibilidade de um pensamento crítico, como espaço de resistência a este modelo que vigora na sociedade administrada,
primeiramente buscando fundamentar a possibilidade da arte enquanto um espaço de resistência à racionalidade instrumental e, num segundo momento, voltando esta
problematização para pensar o mundo da educação, entendida, em última análise, com uma mediação da proposta de formação cultural (Bildung). Considerando-se que um processo de formação estética, numa perspectiva educacional, possibilita análises dos elementos estéticos num contexto cultural formativo para a sociedade atual, atualizando a arte na conjuntura histórica de forma dialética, pela correlação dinâmica que a dimensão estética contém, não apenas como forma expressiva do real, mas enquanto realidade histórica que fala numa linguagem para além da lógica da razão instrumental e que exige outros níveis de percepção, uma outra dimensão de relacionamento do homem com o mundo, com a natureza e com outro; a partir da
perspectiva estética, procura tematizar uma concepção de mundo que evoque outra racionalidade, que não a instrumental com a qual a razão hoje se identifica e a torna
cega para a violência por ela praticada nos vários âmbitos da vida contemporânea.
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