Por um feminismo pirata: cartografias de qualquer mulher no Facebook

Visualizar/ Abrir
Data
2022-11-11Autor
Margarites, Ana Paula Freitas
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta tese tem por objetivo investigar os processos de produção de subjetividades feministas brasileiras engendrados em sites de redes sociais, particularmente no Facebook. Justifica-se a partir de dois pontos: em primeiro lugar, pela crescente popularização dos debates feministas no Brasil nos últimos anos, em especial nos espaços constituídos pelas redes sociais na internet; em segundo lugar, pela compreensão, a partir da leitura de Guattari, de que é impossível falar sobre qualquer campo de pensamento hoje sem considerar a influência das tecnologias nos processos de produção de subjetividade. Pergunta-se, então, que territórios existenciais emergem como possibilidade neste mar de feminismos brasileiros que povoam o Facebook? Parte-se do referencial das filosofias da diferença, particularmente do trabalho de Deleuze e Guattari, para dar a ver uma cartografia destes territórios. A estratégia para que se ponha tal cartografia em movimento começa pela criação de uma personagem conceitual que varia entre “qualquer mulher” e “uma pirata” que, no deslocamento através do Oceano
/ Facebook, pirateia elementos para a constituição de um modo de ser. Para o desenho dos mapas que disparam a escrita, foram acompanhadas, mês a mês durante a lua cheia, páginas feministas brasileiras do Facebook sugeridas pelo algoritmo da plataforma. A partir dos signos emitidos pelas publicações feitas nestas páginas, foi desenhado um conjunto de nove mapas extensivos. Este conjunto foi então superposto e processado através de um software-pirata, dando a ver seis mapas intensivos, seis territórios existenciais, que qualquer mulher chama de Marés. A seguir, as marés são visitadas, e as impressões de qualquer mulher são registradas em relatos de viagem. Os territórios existenciais visitados dizem respeito ao humor feminista; aos debates em torno da representação
e da representatividade; à violência de gênero; às lutas do feminismo negro; às relações entre feminismo, ecologia e capitalismo; e, por fim, ao conceito de feminismo, seus limites e suas disputas. A partir desta expedição, afirma-se um estilo de ser feminista e professora pirata; alguém que escreve, aprende e ensina no Brasil, mas cuja ética da pilhagem possibilita que seu universo de referência
(e daquelas que estudam e aprendem com ela) seja expandido pelas redes de onde saqueia elementos para a composição do seu território existencial.
Collections
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: