Morfologia urbana e ambiente: um estudo exploratório sobre os efeitos da renaturalização na estrutura configuracional urbana.
Abstract
Cidades apresentam várias formas de tecido urbano, as quais produzem diferentes
graus de integração e segregação espacial interna. Com o crescimento das cidades, espaços
de interesse ambiental são fortemente impactados ouaté mesmo completamente
convertidos para espaços urbanos. As diretrizes de planejamento dos últimos anos têm se
voltado para uma definição mais rigorosa de critérios de preservação do ambiente natural e
para as possibilidades de renaturalizar áreas urbanizadas. A fim de aproximar duas das
principais angústias da sociedade atual, a segregação sócio-espacial e a degradação
ambiental, o presente estudo exploratório aborda a temática da renaturalização urbana sob
a ótica da configuração espacial. As intervenções sobre o espaço urbano que procuram
aprimorar a conectividade do ambiente natural acabam produzindo alterações na estrutura
configuracional urbana. Estas alterações, por sua vez, tendem a reduzir a integração
espacial, elevando a segregação na malha urbana. O objetivo geral do estudo está em
avaliar o grau de impacto nos níveis e padrões de segregação sócio-espacial gerados por
projetos de renaturalização. Como metodologia utilizamos a modelagem urbana a fim de
simular cenários de futuro e medidas de diferenciação espacial para avaliar o impacto
sobre a estrutura urbana. Dentre as medidas de diferenciação espacial selecionamos a
acessibilidade e a centralidade. Em paralelo, os sistemas naturais são avaliados a partir da
acessibilidade e número de ciclos, em busca de um parâmetro para ponderação entre a
eficiência da malha urbana e a qualidade da rede ecológica. As variações na segregação
espacial decorrentes de diferentes critérios de renaturalização são evidenciadas através da
comparação entre os cenários simulados. Através da análise estatística da distribuição das
medidas de diferenciação espacial, tanto do espaço urbano quanto da rede ecológica,
demonstramos que se submetermos as cidades a projetos de renaturalização, as perdas de
qualidade espacial da malha urbana são pequenas quando comparadas às vantagens
adquiridas pelo ambiente natural. Além disso, estasperdas podem ser minimizadas com a
utilização de critérios de intervenção baseados em características morfológicas do sistema
espacial urbano.
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