“Pra fora também é a lagoa": uma etnografia poética das águas na fronteira Brasil-Uruguay.
Abstract
Essa pesquisa tem a finalidade de apresentar uma etnografia poética a partir das águas do Rio Jaguarão e da Lagoa Mirim, tendo como interlocutores e interlocutoras as pescadoras e pescadores artesanais vinculados à Colônia Z-25, trazendo um jeito de viver em confluência com as águas e com os/as demais entes que circundam estes ambientes: peixes, vacas, cavalos, arroz, aves, cachorros e a paisagem lagunera. Além disso, podemos perceber um pluriverso da pampa e um sentipensar com as águas em experienciar constante entre vidas e mundos enactuados, múltiplos e diversos. A fronteira em seu modus transeunte, se faz presente no cotidiano dessa comunidade, guardando suas tensões e fricções entre os países-cidade, num fazer fronteira dado pelo encontro desses tensionamentos, até chegar a sua multiplicidade de mundos, partindo das relações entre as águas, os peixes, os viventes e as linhas divisórias. A metodologia pensada e pratica nesta pesquisa teve como ponto de partida a poesia, tomada em sua aproximação e radicalização com a antropologia e sua atencionalidade, deixando-se envolver pelo acaso, pelas caminhadas e o sentipensar, levando a sério esse modo de vida.
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