Análise de viabilidade de um edifício comercial atingir o balanço energético nulo, a partir de diferentes níveis de eficiência energética, no extremo sul do Brasil
Resumen
Apesar de diversificada, a matriz energética brasileira possui como principal fonte a
hidráulica. Embora seja uma fonte renovável de energia, possui impactos
socioambientais, alto custo de transmissão e, por se localizar longe dos centros
urbanos, apresenta fragilidade. Considerando que o país possui extensa área
territorial com diversificação climática, há potencial para exploração de outras FRE de
geração distribuída, entre as quais destaca-se a energia solar, pelas tecnologias
fotovoltaicas (FV). Por serem de fácil integração aos edifícios, estes responsáveis por
elevado consumo energético, tal combinação é relevante para o futuro sustentável.
Nesse contexto, a integração de tecnologias FV em edifícios comerciais mostra-se
adequada, já que a predominância da ocupação e o maior consumo de energia
ocorrem durante o dia, junto da produção de energia pelos módulos FV. Assim, o
objetivo deste trabalho consiste em analisar a viabilidade econômica de um edifício
horizontal de escritórios, no extremo sul do Brasil, atingir o balanço energético nulo a
partir de diferentes níveis de eficiência energética. A metodologia contou com a
simulação computacional, através do software EnergyPlus, e o cálculo de geração de
energia FV, com o auxílio do programa Radiasol. Na análise de viabilidade econômica,
foram utilizados os métodos de cálculo do Valor Presente Líquido e da Taxa Interna
de Retorno, avaliando-se o investimento necessário para cada implantação de
sistemas fotovoltaicos (SFV) propostos e os custos evitados com a economia de
energia gerada. Os resultados indicaram que o objeto de estudo possui uma
classificação “A” em eficiência energética, segundo a INI-C, possibilitando, assim, a
identificação dos casos de referência iguais a B, C e D. Os casos A, B e C atingiram
o balanço nulo através das tecnologias FV aplicadas na cobertura e em partes opacas
das fachadas, enquanto o caso D não conseguiu compensar seu consumo anual
através dos SFV, uma vez que não houve área suficiente para aplicação de módulos
FV. Os resultados apontaram que quanto maior o nível de eficiência, mais rápido foi
alcançado o balanço nulo e o retorno do investimento inicial da implantação dos SFV,
observando-se uma variação de até 58,94% sobre o valor mínimo a ser investido. Pelo
método TIR, verificou-se que mesmo em cenários menos favoráveis para investimento
em SFV, foi obtido valor de 20,22% ao final do período de 25 anos (vida útil dos
módulos), valor consideravelmente superior quando comparado à maior taxa de
atratividade definida neste estudo (13,20%/ano), percentual de rentabilidade para
investimentos bancários de baixo risco. Quanto ao método VPL, o tempo de retorno
do investimento para o caso de maior eficiência energética foi de cinco anos e cinco
meses, enquanto o de menor eficiência levou até 10 anos e oito meses,
correspondente ao aumento de 96,92% entre os extremos. Assim, este estudo
demonstrou a importância da relação da eficiência energética com a geração própria
de energia para a obtenção de edificações com balanço nulo de energia.
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