A ascensão política de António de Oliveira Salazar (1928-1933): a instrumentalização do medo na gênese do Estado Novo em Portugal.
Abstract
A presente investigação visa analisar a instrumentalização do medo na gênese do
Estado Novo português durante a fase de ascensão política de António de Oliveira
Salazar. A pesquisa parte do pressuposto geral de que a instrumentalização do medo
na sociedade portuguesa entre os anos de 1928 e 1933 permitiu a Salazar obter a
capitalização política necessária para instituir o Estado Novo em Portugal. O medo foi
operacionalizado, em seu caráter politicamente aproveitável, e relacionado
diretamente com a análise de eventos historicamente documentados e percebidos
como principais no processo de ascensão do então Ministro das Finanças até a
Presidência do Conselho de Ministros. A análise da conjuntura portuguesa e europeia
do início do século XX permitiu, ademais, traçar paralelos comparativos do regime
português com outros regimes autoritários e totalitários congêneres, afastando
comparações superficiais e corroborando com a percepção precisa do cenário vivido.
Os resultados dessa comparação indicam que a instrumentalização do medo presente
na conjuntura, a despeito de não ser fator determinante único, possuiu importante
papel na criação da figura de Salazar como governante imprescindível para a
recuperação da ordem financeira, econômica, social e política de Portugal,
possibilitando a promulgação da Constituição de 1933 e, consequentemente, a
instauração do Estado Novo.
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