Argumentos Desmanteladores Evolutivos e a Derrogabilidade do Conhecimento Moral.
Resumen
O presente trabalho tem como objetivo central analisar um problema epistemológico
que se levanta para os Argumentos Desmanteladores Evolutivos: o problema da
demarcação. Os Argumentos Desmanteladores Evolutivos tratam-se de desafios
céticos endereçados ao conhecimento moral, que possuem como ponto de partida a
visão evolucionista da moralidade, e que concluem que as crenças morais são
injustificadas. O problema da demarcação, por sua vez, é um problema desenvolvido
por Christos Kyriacou (2019) aos Argumentos Desmanteladores Evolutivos de Sharon
Street (2006) e Richard Joyce (2006, 2013, 2016). De acordo com Kyriacou (2019) os
Argumentos Desmanteladores Evolutivos recaem no problema da demarcação por
não esclarecerem qual é o princípio metaepistêmico que regula as informações
oriundas da seleção natural, e instaura a conclusão cética destes argumentos. Para
cumprir com o objetivo central, contudo, faz-se necessário cumprir com alguns
objetivos secundários. Deste modo, o primeiro objetivo secundário deste trabalho
consiste em esclarecer o que são os Argumentos Desmanteladores Evolutivos.
Consideramos, assim, que estes argumentos se tratam de desafios céticos para o
conhecimento moral, desenvolvidos a partir das considerações da teoria evolucionista
aplicadas à filosofia. O segundo objetivo secundário deste trabalho segue-se do
primeiro: esclarecer a visão evolucionista da moralidade que serve como ponto de
partida para os Argumentos Desmanteladores Evolutivos. Após oferecer estes
esclarecimentos iniciais, o presente trabalho dedica-se a analisar duas opções de
resposta ao problema da demarcação: o princípio da ponte de Mílvia, proposto por
Griffiths e Wilkins (2013, 2015) e a compatibilização do EDA com a teoria da
derrogabilidade, proposto por Machuca (2018), Luz (2018) e Korman (2019). O
princípio da ponte de Mílvia será rejeitado como solução ao problema da demarcação,
a partir da crítica de Kyriacou (2016, 2017), que mostra que este princípio se
autorrefuta. Por fim, analisaremos as propostas de compatibilização dos Argumentos
Desmanteladores Evolutivos com a teoria da derrogabilidade, mostrando como a
intepretação dos Argumentos Desmanteladores Evolutivos como derrogadores
minadores do conhecimento moral leva a uma forte solução ao problema da
demarcação.
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