"Nestas atormentadas ruas você pode comprar qualquer coisa": consciência, cultura e experiência nas letras dos Manic Street Preachers (1988 a 1994).
Resumo
O conceito de Consciência de Classe usado por E. P. Thompson correlaciona experiência e cultura de uma classe em seu processo de formação, de tal forma que a consciência de uma classe é inequivocamente indissociável a ela. Partindo desse pressuposto, e amparado pelo Materialismo Histórico-Dialético, este trabalho analisa as letras gravadas de 1989 a 1994 da banda de rock Manic Street Preachers, formada em 1989 por quatro músicos galeses que testemunharam em sua adolescência a Grande Greve dos Mineiros de 1984/85 contra a política de ―modernização da matriz energética‖ de Margareth Thatcher fecharia centenas de minas de carvão, comprometendo a subsistência de várias cidades do sul da Inglaterra e de Gales. Depois de dois desses músicos formarem-se historiadores na Universidade de Cardiff, País de Gales, os quatro formariam uma das mais notáveis bandas britânicas da década de 90, com sua anacrônica atitude punk e glam contrastando contra a cena Madchester/Shoegazing vigente no final dos anos 80. Suas letras, em especial ao longo dos primeiros 3 LPs e gravações circunvizinhas, demonstram um engajamento político loquaz, com críticas e reflexões à Grã Bretanha, aos Estados Unidos e ao capitalismo como um todo, mas gradualmente, ao longo destes 3 álbuns, refletindo sobre as condições do ser humano no sistema capitalista e na própria natureza humana. O trabalho discute o músico enquanto trabalhador na indústria cultural e suas estratégias de expressar sua consciência apesar das exigências da indústria fonográfica, além de referenciar e categorizar os temas abordados pela banda.
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