As plantas alimentícias não convencionais (PANC) a partir do conhecimento da agricultura familiar no município de Rio Grande – RS, um estudo de caso
Resumo
O conhecimento e a valorização do potencial local da biodiversidade e da cultura
podem promover a exploração racional dos recursos da agrosociobiodiversidade
com base na segurança alimentar e nutricional. Nesse contexto, o estudo objetivou o
resgate do conhecimento dos agricultores familiares no município de Rio Grande –
RS sobre as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC). Ao longo dos meses
de março à dezembro de 2019 foi realizada uma entrevista a partir de roteiro
semiestruturado na propriedade de 15 agricultores familiares com amostragem das
PANC utilizadas e localizadas, seguida de identificação botânica e analise segundo
referencial bibliográfico sobre o potencial alimentício das espécies mais frequentes.
A pesquisa obteve entre citações dos entrevistados e observações nas propriedades
315 registros de 93 espécies de PANC distribuídas em 43 famílias botânicas, sendo
12 espécies correspondentes a plantas convencionais com consumo de partes não
convencionais. Do total de espécies, aproximadamente 48% é nativa (45), 23% é
naturalizada (21) e 29% é exótica (27) no estado do Rio Grande do Sul, sendo
aproximadamente 57% espontâneas (53) e 43% cultivadas (40). Cabe ressaltar dez
PANC citadas por mais da metade dos entrevistados, sendo sete frutíferas e três
hortaliças. Entretanto muitas dessas espécies, e das PANC em geral, ainda não são
devidamente ofertadas e consumidas, resultando em subutilização do seu potencial.
A divulgação e a popularização das PANC é uma alternativa para valorizar a
agrosociobiodiversidade, fortalecer a agricultura familiar e incrementar a dieta da
população, contribuindo para a promoção da segurança alimentar e nutricional como
rota para o desenvolvimento da soberania alimentar local.
Collections
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: