“Era meu sonho ser Miss Mulata”: A representação da mulher negra e mulata em um concurso de beleza 1969-1999 (Arroio Grande, RS).
Resumo
Esta dissertação tem por objetivo compreender conceitos e definições de raça por meio de terminologias e imagens, e a relação destas com a construção e desconstrução do racismo. A análise se faz sobre o concurso de beleza “Miss Mulata” da cidade de Arroio Grande, interior do Rio Grande do Sul. Com origem em 1969, o concurso de beleza negra teve uma história de trinta anos. O trabalho busca entender a utilização da terminologia “mulata” para denominar o certame que tinha por objetivo a valorização da beleza da mulher negra. Para isso, é essencial analisar a trajetória do idealizador do concurso; o período histórico de 1969; a própria terminologia mulata e sua construção nacional; além, de se fazer relevante um breve estudo de semiótica e a contribuição dos estudos pós-coloniais. Esta pesquisa preza pelas colocações e definições das pessoas participantes da história do certame, como candidatas e organizadores, e um respeito as suas memórias. A principal metodologia utilizada é a história oral, mas também, foi de extrema importância a análise de imagens, como as fotografias e o acervo do jornal “A Evolução” de Arroio Grande. Através da pesquisa, percebo a luta de pessoas negras contra o racismo e a branquitude normativa, por meio do uso estratégico da terminologia mulata e também sobre a estética mestiça e negra, uma reapropriação, ou seja, tomar para si seus símbolos e valores.
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