Emissões de metano e óxido nitroso em sistemas de rotação de culturas em um Planossolo do Rio Grande do Sul.
Resumo
Esforços globais buscam reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE),
como o óxido nitroso (N2O) e metano (CH4) do solo, favorecidos pela adição de
fertilizantes nitrogenados e inundação do solo, respectivamente. Entre os
sistemas de cultivo adotados no Rio Grande do Sul para o arroz irrigado estão
o sistema convencional e o plantio direto, às vezes associados à rotação de
culturas. Assim, o presente trabalho buscou avaliar as emissões de CH4 e N2O
e seus respectivos potenciais de aquecimento global parcial (PAGp) em
sistemas de rotação de culturas e preparo do solo em um Planossolo Háplico.
Os tratamentos incluíram as combinações dos fatores sistema de cultivo
[convencional (SC) e plantio direto (PD)] e rotação de culturas de verão (arrozarroz-arroz-arroz; soja-soja-soja-arroz; sorgo-sorgo-sorgo-arroz e soja-sorgosoja-arroz). O sistema adotado para a coleta de gases de efeito estufa foi do
tipo câmara estática fechada. Foram avaliados os fluxos, emissão total, PAGp
de N2O e CH4 durante a entressafra 2016 e safra 2016/17, assim como o PAGp
em relação a produtividade das culturas. As emissões totais de N2O e CH4
foram baixas na entressafra, não diferindo entre SC e PD, mas foram maiores
no tratamento arroz-arroz-arroz-arroz. Na safra, houve maior emissão de N2O
no cultivo de arroz irrigado sob SC em relação ao PD; enquanto nos cultivos de
sorgo e soja ocorreu o inverso. A emissão de CH4 na safra foi maior no arroz
irrigado sob SC em relação ao PD; e não houve diferença estatística entre os
sistemas de cultivo para a emissão de CH4 nas culturas de sequeiro. O PAGp
foi maior no sistema arroz-arroz-arroz-arroz em ambos sistemas de cultivo
durante a entressafra e safra em relação as demais rotações de culturas.
Durante a entressafra, o sistema arroz-arroz-arroz-arroz apresentou maior
PAGp por kilograma de matéria seca produzida nos dois sistemas de cultivo;
ocorrendo o mesmo na safra. Os resultados permitiram as seguintes
conclusões: A inserção de cultivos de sequeiro em rotação com o arroz irrigado
em Planossolo apresenta potencial mitigador de emissões de CH4 nos períodos
de safra e de entressafra, bem como do PAGp. No sistema plantio direto, o
cultivo de sorgo promove maiores emissões de N2O, em comparação ao arroz
irrigado. No sistema convencional, as emissões de N2O do cultivo de arroz
irrigado superam as da soja e do sorgo forrageiro, produzido em sucessão à
soja. Na entressafra, as emissões de GEE de sistemas de rotação de culturas
são semelhantes nos sistema de preparo convencional e plantio direto. Durante
a safra, porém, apenas as emissões do cultivo de arroz irrigado foram menores
sob plantio direto, ocorrendo o contrário para os cultivos de sequeiro. O período
da safra de primavera/verão responde pela maior parte das emissões de GEE
e do PAGp de sistemas de rotação de culturas em Planossolo, correspondendo
a 93% e 82% do total anual, para o arroz irrigado e os cultivos de sequeiro,
respectivamente.
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