Participação feminina no terceiro nível de governo uruguaio: o perfil das Primeiras Alcaldesas e Concejalas eleitas aos Conselhos Municipais (2010-2015).
Abstract
Esta dissertação tem a finalidade de analisar a representação feminina nas primeiras eleições municipais do Uruguai, institucionalizados em 2009, pela Lei Nº 18.567 de Descentralização Política e Participação Cidadã. Dessa forma, buscou-se traçar um perfil sociodemográfico e examinar a trajetória política das eleitas, com o objetivo final de conhecer quem eram as mulheres que compunham o nível municipal. A criação deste terceiro nível de governo corresponde a uma novidade institucional na política do país, pois até então a máquina administrativa era composta apenas pela instância nacional e pela departamental. Dessa forma, com a descentralização, foram criadas 89 localidades, constituindo assim o nível municipal. Atropelos, pouco investimento partidário e falta de esclarecimento aos cidadãos marcaram este primeiro pleito, contudo, desviando dos problemas, em maio de 2010 as eleições foram realizadas. Fruto desse conturbado contexto e desse inovador arranjo institucional, 21 mulheres foram eleitas para o cargo de Alcaldesa e outras 66 para o cargo de Concejala (em um universo de 89 e 356 cargos em disputa, respectivamente), isto é, aproximadamente 20% das vagas, entre os dois cenários. A relevância do trabalho acontece, justamente, por ir além dos índices eleitorais alcançados e direcionar a análise para o perfil e as percepções dos atores políticos eleitos, sendo estes mulheres. Deste modo, durante a realização do trabalho de campo coletou-se 15 entrevistas em quatro Departamentos do Uruguai, com políticas atuantes nos Conselhos Municipais. Com base nos relatos e em um levantamento biográfico posterior foi possível delinear um panorama aprofundado sobre o perfil de algumas mulheres que, por cinco anos (2010-2015), estiveram a frente das primeiras administrações municipais do país.
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