Crescimento Urbano e Hidrografia: dinâmicas morfológicas e articulação à paisagem natural.
Abstract
A dinâmica do crescimento urbano tem sido recorrente objeto de estudo para compreensão dos sistemas configuracionais do ambiente urbano, onde o crescimento externo associado à descontinuidade espacial e à fragmentação morfológica tem sido fatores associados prioritariamente ao comprometimento da eficiência da forma urbana. Entretanto, a paisagem natural que de suporte à expansão urbana configura um campo de irregularidades e diferentes resistências à conversão urbana, contribuindo na formação de falhas e influenciando na sua configuração morfológica emergente. Este trabalho procura identificar relações entre a morfologia urbana e a paisagem natural, decorrentes do crescimento urbano articulado à escala da hidrografia. Inicialmente abordagens teórica e empírica procuram identificar como questões da hidrografia podem influenciar na dinâmica do crescimento urbano, indicando as linhas de drenagem dos recursos hídricos como pontos de convergência espaço-temporal entre a atratividade urbana e interesse do ambiente natural. Núcleos urbanos têm origem prioritariamente sobre terraços divisores de água, onde o crescimento externo ocorre em espaços imediatamente adjacentes, até se deparar com os recursos hídricos onde a continuidade da produção espacial é restrita. A partir destes locais a conversão urbana passa a ocorrer em áreas além das linhas de drenagem, surgem urbanizações remotas que replicam os critérios de localização inicial. Configura-se na escala espacial da paisagem definida pela hidrografia uma dinâmica morfológica do crescimento que alterna movimentos de compactação e fragmentação da forma urbana. Esta dinâmica de crescimento urbano está implementada em recursos de modelagem urbana do Simulador do Ambiente da Cidade – SACI, de modo a abstrair o enunciado teórico a partir da lógica dos autômatos celulares e da teoria dos grafos, possibilitando a validação a partir da realidade empírica para o caso Pelotas [1815-1965]. Percorridas abordagens empíricas, teóricas e metodológicas, com enquadramento de base sistêmica, os resultados do trabalho podem ser replicados em futuras simulações do crescimento urbano com especial atenção às relações entre a forma urbana e os atributos da paisagem natural.
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