Seletividade de herbicidas na cultura da soja em função de diferentes umidades do solo
Resumen
As mudanças climáticas estão cada vez mais afetando a qualidade e a quantidade da produção agrícola mundial. No estado do Rio Grande do Sul, a busca por alternativas que maximizem a produtividade e contribuam para a sustentabilidade econômica do ecossistema várzea surge como uma justificativa para a utilização da cultura da soja nestas áreas, visto que é uma das principais commodities do agronegócio brasileiro. O controle químico de plantas daninhas se constitui no método de manejo mais adotado, porém, pouco se sabe como a cultura da soja responde ao uso de herbicidas em diferentes umidades do solo. Desta forma, o presente estudo teve por objetivo avaliar respostas fisiológicas e bioquímicas em plantas de soja após a aplicação de herbicidas recomendados para a cultura em três níveis de umidade do solo. O experimento foi arranjado em delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial (7x3) com quatro repetições. Foi utilizada a cultivar de soja BMX Potência RR, cultivadas em vasos (8L), mantendo-se três plantas por vaso as quais, no estádio V3 foram submetidas a três umidades do solo: Capacidade de campo, Solo seco (50% abaixo da capacidade de campo) e Solo saturado (50% acima da capacidade de campo), seguido da aplicação dos tratamentos herbicidas: Glyphosate, Sulfentrazone, S-metolachlor,
Glyphosate+Sulfentrazone, Glyphosate+S-metolachlor, Glyphosate+Sulfentrazone+S-metolachlor, além do tratamento sem herbicida. Aos sete, 14 e 28 dias após a aplicação (DAA) foram avaliados o índice de clorofilas, flavonoides, balanço de nitrogênio e as trocas gasosas no terceiro trifólio completamente
desenvolvido. Neste período coletou-se ainda, material foliar para avaliação de potencial osmótico, teor de prolina, peróxido de hidrogênio, peroxidação de lipídios e atividade das enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e ascorbato peroxidase (APX). Para os pigmentos e índice de balanço de nitrogênio houve pequena variação entre os tratamentos, já as trocas gasosas foram mais afetadas nas plantas em solo seco, principalmente aos 14 e 28 DAA, com efeito acentuado pela presença dos herbicidas. Aos sete DAA o herbicida Glyphosate em solo seco resultou em maior ativação das enzimas antioxidantes SOD e CAT, além da maior produção de peróxido de hidrogênio estando, provavelmente, vinculado ao aumento do estresse oxidativo causado por este herbicida. Entretanto, após 28 dias da aplicação, aumenta a síntese de prolina neste tratamento, o que leva ao ajuste osmótico, e consequente menor atividade enzimática. Em solo saturado e capacidade de campo as respostas desencadeadas pelos herbicidas Glyphosate, Sulfentrazone, S-metolachlor não seguem um padrão, porém, de maneira geral, levam a um menor estresse comparado ao solo seco. Os resultados deste estudo mostram que, embora a variação na umidade do solo, altera o metabolismo da cultura da soja, a aplicação de herbicidas em condições de solo seco ou saturado acentua este efeito, podendo resultar em prejuízos para a cultura.
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