Museus rurais: um estudo do patrimônio rural no Museu Gruppelli, Pelotas/RS, e no Museu Histórico de Morro Redondo/RS.
Resumo
Esta dissertação tem como objetivo analisar como o patrimônio rural se expressa na região da Serra dos Tapes, a partir dos conceitos de musealidade e patrimonialidade, com foco nos acervos do Museu Gruppelli, localizado na zona rural de Pelotas/RS, e do Museu Histórico de Morro Redondo/RS. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa e exploratória, utilizando como principal instrumento metodológico entrevistas presenciais com agentes sociais diretamente envolvidos na fundação e manutenção dos museus estudados. Analisa-se o papel desses museus rurais enquanto espaços de memória e ação social, destacando suas origens, formas de organização, práticas museológicas e vínculos com a comunidade local. A partir da perspectiva da museologia social, são discutidos os processos de patrimonialização que consolidam o rural como uma categoria patrimonial própria, marcada pela ressonância cultural, pela valorização de saberes tradicionais e pela articulação entre
identidade, território e memória. O estudo evidencia que os museus investigados atuam como agentes dinâmicos na preservação e interpretação do patrimônio rural, reforçando a importância da participação comunitária na construção de narrativas
museológicas enraizadas no meio rural. Conclui-se que a preservação do patrimônio rural vai além da conservação de objetos e espaços físicos, envolvendo uma complexa rede de relações sociais, culturais e identitárias que mobilizam comunidades locais. Os museus rurais analisados revelam-se fundamentais para promover a valorização da história e das práticas rurais, contribuindo para o fortalecimento da identidade regional e para a sustentabilidade cultural da Serra dos Tapes.