Do fogo que em mim arde: experiências e epistemologias de mulheres negras em Pelotas/RS
Resumen
Essa etnografia busca refletir sobre os saberes, as práticas de resistências e as experiências circulatórias de mulheres negras em Pelotas/RS, partindo de três principais interlocutoras, as quais são referências na cultura, no ativismo e no saber griô da cidade. Com discussões sobre a interseccionalidade entre gênero, raça e classe e estudos a partir do feminismo negro, a etnografia aborda as vivências com as interlocutoras, compreendendo que essas experiências geram produção de conhecimento e redes de afeto, resistência e solidariedade entre mulheres negras. Ernestina Pereira, no campo do ativismo político e sindical; Maria Baptista, na construção do instrumento tambor de sopapo e relação com baterias de carnaval e Sirley Amaro, como mestra griô, costureira, carnavalesca e contadora de histórias - inserem-se como importantes vozes e trajetórias vivas da memória, da luta e dos saberes da diáspora feminina. O trabalho procura, portanto, apreender e compreender como expressões das diásporas negras, a partir de uma perspectiva feminina, ressoam de forma circular e transformadora em um dos locais que compõe o complexo sistema sociocultural do Atlântico Negro: a região meridional do Brasil.

