Espessura do complexo médio-intimal da artéria carótida aos 18 e 30 anos: acúmulo de fatores de risco
Resumo
Este estudo teve como objetivo avaliar a associação entre o acúmulo de fatores de risco cardiovascular e a espessura médio-intimal (EMI) da artéria carótida em 4106 jovens de 18 anos e 3701 adultos de 30 anos das Coortes de Nascimentos de Pelotas de 1993 e 1982, respectivamente. Os fatores de risco incluíram tabagismo, consumo de álcool, excesso de peso e atividade física, os quais foram combinados em um escore de risco acumulativo variando de zero a quatro. Utilizou-se regressão linear ajustada para fatores de confusão (variáveis sociodemográficas e de estilo de vida) para avaliar a associação entre os escores de risco e a EMI, estratificada por sexo e Coorte. Após ajustes, na coorte de 1982, observou-se associação entre excesso de peso e maior EMI em homens (β = 8,44 µm; IC95%: 6,03; 10,86) e mulheres (β = 5,99 µm; IC95%: 4,32; 7,66). Maior EMI foi observada nos homens naqueles com maior escore de risco (β = 12,06 µm; IC95%: 5,07; 12,06) para quatro fatores de risco, comparado a nenhum fator de risco, e nas mulheres o mesmo foi observado (β = 11,69 µm; IC95%: 3,80; 19,57). Na coorte de 1993, o excesso de peso também foi associado a maior EMI (β = 3,45 µm; IC95%: 1,93; 4,97) nos homens e nas mulheres (β = 1,88 µm; IC95%: 0,37; 3,39). Houve associação da EMI nos níveis mais baixos do escore de risco, entre os homens (β = 2,05 µm; IC95%: 0,60; 3,50). Entre as mulheres, consumo de álcool foi associada a maior EMI (β = 1,86 µm; IC95%: 0,48; 3,24). As diferenças nos padrões de associação entre as faixas etárias e os sexos reforçam a importância de intervenções precoces e direcionadas para o controle de fatores de risco cardiovascular ao longo do ciclo de vida.