Capacidade funcional e qualidade de vida em pacientes tratados por transplante renal ou hemodiálise: um estudo de caso-controle
Abstract
Objetivo: o presente estudo objetivou comparar desfechos clínicos entre pacientes
portadores de doença renal crônica tratados por transplante renal ou hemodiálise de
manutenção. Materiais e métodos: Foi realizada um estudo de caso-controle em um
hospital no Sul do Brasil, incluindo 42 indivíduos, 14 submetidos a transplante renal
(grupo Tx) e 28 pacientes em tratamento por hemodiálise (HD), pareados ao grupo Tx
por sexo, idade, índice de massa corporal e presença de diabetes. Todos os
participantes foram avaliados por testes de capacidade funcional, força de membros
inferiores, força de membros superiores, e equilíbrio estático e dinâmico, e
responderam um questionário sobre qualidade de vida (SF-36). Durante toda a análise
foi utilizado nível de significância de 5% bicaudal. Para variáveis numéricas com
distribuição normal foi utilizado Teste T e Wilcoxon-não pareado para variáveis
numéricas com distribuição assimétrica. Resultados: Os resultados apresentados
não mostraram níveis de significância para distância percorrida no teste de caminhada
de 6 minutos (TC6M) 464,8 ± 76,2 para o Tx e 451,4 ± 125,3 p=0,71 para HD, nem
dos escores dos testes Timed Up and GO (TUG) 8,1±1,9 para Tx e 8,6±3,3 para HD
p=0,3 e no teste sentar e levantar em 30 segundos (30CST). O grupo Tx apresentou
maiores escores no teste de força de preensão palmar (HDS) 34,2±10,4 e 27,5±9,2
grupo HD. No domínio saúde física da qualidade de vida em relação ao grupo HD
(53,7 (25,9 - 59,2)), o grupo Tx obteve melhores resultados 47,1 (24,3-59,5) p=0,03.
O que pode ser visto sobre a qualidade de vida, é de que houve diferença significativa
no domínio referente a dor, onde o grupo Tx presentou resultados melhores
comparado ao grupo HD. Conclusão: Embora o transplante renal traga muitos
benefícios, não foi verificado melhora na qualidade de vida ou na capacidade funcional
do grupo Tx quando comparados ao grupo HD, o que pôde se observar foi que o grupo
Tx apresentou escores mais altos no teste HDS e também no SF-36 em seu domínio
relacionado a dor.