Das imagens-lixo às imagens-selvagens: instaurações em coautoria com inteligências artificiais e outras máquinas
Fecha
2024-08-29Autor
Silva, Wellisson Guilhermino Pereira da
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
O presente trabalho é resultado de uma pesquisa em processos de criação realizada em coautoria com inteligências artificiais generativas. Assumimos esta relação como coautoria porque buscamos, influenciados pelo pensamento de Gilbert Simondon e Donna Haraway, reunir e inventar histórias que versem sobre os objetos técnicos, que construímos e nos cercam, não como coisas para serem usadas por humanos mas como aliados para a produção de novas histórias sobre nós mesmos. Problematiza-se uma noção de subjetividade do timoneiro, conforme encontrada na cibernética de Norbert Wiener, que atravessa agenciamentos com objetos das tecnologias da comunicação e informação em busca de controle e eficiência, encontrando na arte outras maneiras de junto com eles enfrentar o caos. Ao invés de buscar o controle, tentamos produzir uma composição com o caos, como sugerem Gilles Deleuze e Félix Guattari. Encontramos na Arte Simbiótica do artista portugês Leonel Moura e de Henrique Garcia Pereira, um aporte para pensar relações entre arte e máquinas. Além disso, convocamos o conceito de instauração, conforme apresentado pela leitura que Vinciane Despret e Peter Pál Pelbart fazem da obra de Étienne Souriau, para pensar essa relação de coautoria como uma instauração coletiva, de onde emergem as imagens mas também a máquina que as produz e o sujeito artista humano. O que chamamos de imagens-lixo, que surgem dessa relação de instauração, são as imagens que normalmente são descartadas nos processos de criação com inteligências artificiais generativas por não serem consideradas boas o suficiente, pois são estranhas, com elementos deformados, confusos, de baixa resolução, isto é, representam mal a realidade e a capacidade técnica do cálculo, mas elas se transformam em imagens-selvagens quando as tomamos como uma máquina de guerra, como nos apresentam Deleuze e Guattari, para enfrentar a chegada de um padrão estético das imagens produzidas por inteligências artificiais.