Coproduto de Ilex paraguariensis: extração de ácidos clorogênicos, encapsulamento, estabilidade e aplicação em bolos
Resumo
Na colheita de Ilex paraguariensis são gerados resíduos agrícolas (talos grossos
descartados durante a poda de colheita), os quais atualmente são depositados no
solo. A parte externa deste resíduo (aqui denominado de coproduto de Ilex
paraguariensis - IPC) tem elevada concentração de ácidos clorogênicos, mas
ainda não é explorado comercialmente. Mostramos que é possível otimizar a
extração de ácidos clorogênicos (17 min (-0,46), 82 °C (1,47) e 0,58 g de coproduto
de Ilex paraguariensis (-0,09),) de IPC e encapsular o mesmo, pela técnica de
precipitação antissolvente (zeína (1,36 g) gotejada (18,14mL/h ) sobre água sob
agitação (4 rpm)) e spray-drying (10,1 vazão de alimentação (mL/h); 118,1
temperatura de entrada (°C); 86,8 quantidade de extrato adicionadas no polímero
carreador (v/v)), obtendo extratos encapsulados com elevada eficiência de
encapsulamento e melhor resistência térmica quando comparado ao extrato livre.
Para tanto, três planejamentos multivariados 2³ completos foram utilizados para
encontrar as condições ótimas de extração e de encapsulamento. Os extratos
apresentaram concentração de 10,16 g ácidos clorogênicos por 100 g de IPC e
baixa toxicidade em modelos in vivo de Galleria mellonella. Os mesmos foram
encapsulados por preipcitação antissolvente com 94% de eficiência de
encapsulamento e estabilidade térmica até 357,5 °C. Através da técnica de spraydrying
foram
obtidos
encapsulados
com
75,2%
de
eficiência
de
encapsulamento
e
estabilidade
térmica até 338,1°C. A eficiência de carregamento foi superior pela
técnica de spray-drying, enquanto o tempo para obtenção dos encapsulados foi
menor. Por isso, os encapsulados obtidos por spray-drying foram escolhidos para
aplicação em produtos forneados. Quando as cápsulas foram aplicadas em
produtos forneados foram preservados 94% dos ácidos clorogênicos. Os métodos
de extração e encapsulamento são simples e de fácil ampliação para escala
industrial. Considerando a quantidade de ácidos clorogênicos extraídos do IPC e
a resistência térmica das cápsulas em temperaturas de forneamento, os resultados
do presente estudo evidenciam alta viabilidade para a incorporação do extrato de
IPC em alimentos e melhorar a qualidade funcional da dieta.