Avaliação do papel do gene da lactase na susceptibilidade ao transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH): potencial mecanismo para explicara relação observacional entre tdah e alterações do microbioma intestinal

Abstract

Crescente número de evidências mostram que a microbiota intestinal está intimamente relacionada à saúde do hospedeiro e envolvida na etiologia de distúrbios psiquiátricos (DEMONTIS et al., 2019; MEDEIROS & COSTA, 2020; NI et al., 2022). O “eixo microbioma-intestino-cérebro”, está envolvido nessa comunicação bidirecional entre os microrganismos que habitam o microbioma intestinal e o sistema nervoso central (MONTIEL-CASTRO, GONZÁLEZ-CERVANTES, BRAVO- RUISECO, & PACHECO-LÓPEZ, 2013). Um dos transtornos do neurodesenvolvimento mais comuns na infância e adolescência é o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), caracterizado por um conjunto de sintomas comportamentais de impulsividade, hiperatividade e desatenção (DEMONTIS et al., 2019). Estima-se que a prevalência mundial seja aproxi- madamente 5% (WOO et al., 2014). O TDAH é o resultado de complexas interações entre diversos fatores ambientais e genéticos (GRIMM, KRANZ, & REIF, 2020). Investigações recentes mostram associação entre aumento na diversidade alfa quanto na abundância de Bifidobacterium e a presença de TDAH (AARTS et al., 2017; WANG et al., 2020). Assim, sugere-se que alterações do microbioma possam contribuir tanto para o agravamento dos sintomas quanto no tratamento do transtorno (ABD EL BAAKI et al., 2021). Entretanto, os potenciais mecanismos para tal associação ainda não são claros.