Caracterização de resinas restauradoras impressas em 3D: influência do tipo de solvente, pós-cura UV e tecnologias de impressão
Resumo
Com o rápido avanço da impressão 3D na odontologia, as restaurações dentárias têm se beneficiado de novos materiais e processos. No entanto, devido à novidade da tecnologia e à complexidade dos fatores envolvidos, como materiais, impressoras, lavagem em solvente e tempos de pós-processamento UV, ainda há um conhecimento limitado sobre o desempenho completo dessas abordagens. Esta tese investigou as propriedades mecânicas, térmicas e de superfície de resinas utilizadas na impressão 3D de restaurações dentárias, avaliando como diferentes fatores influenciam o desempenho desses materiais. Inicialmente, foram analisadas três resinas provisórias (Resilab 3D Temp, Printax Temp e Prizma Bioprov), impressas utilizando uma tecnologia SLA/LCD. A lavagem dos espécimes foi realizada com álcool isopropílico ou etanol, e os tempos de pós-cura testados foram de 5, 10 e 30 min. As variáveis resposta estudadas incluíram tenacidade à fratura (KIC, MPa√m), microdureza Knoop (kgf/mm²), rugosidade (Ra, µm), brilho (unidades de brilho) e grau de conversão C=C (%GC). Os resultados desta etapa revelaram que a Resilab apresentou maior microdureza com álcool isopropílico e 30 min de pós-cura UV, enquanto a Printax se destacou em microdureza com etanol absoluto. KIC, rugosidade e brilho foram significativamente influenciados tanto pelo tipo de solvente utilizado na pré-lavagem quanto pelo tempo de pós-cura, evidenciando variações importantes entre as diferentes resinas estudadas. Em uma segunda etapa, o foco foi na comparação das propriedades entre uma resina provisória (Prizma 3D Bioprov) e uma resina permanente (Prizma Bio Crown), impressas utilizando duas tecnologias distintas (DLP e LCD) e submetidas a tempos de pós-cura de 5 ou 30 min. Nesta fase, observou-se que a resina permanente, de maneira geral, apresentou um GC superior ao material provisório, sendo esse grau mais elevado após 30 min de pós-cura, especialmente quando a impressão foi realizada com a tecnologia DLP. A análise térmica, conduzida por calorimetria exploratória diferencial, revelou um pico exotérmico proeminente entre 160 e 170°C nos espécimes pós-curados por 5 min, que se tornou menos intenso após 30 min de pós-cura, sugerindo um processo de cura mais completo e eficaz com o tempo prolongado. Como conclusão geral desta tese, os resultados demonstram que a escolha do tipo de resina e o ajuste preciso dos parâmetros de pós-processamento, como o solvente utilizado na pré-lavagem e o tempo de pós-cura, são essenciais para otimizar suas propriedades mecânicas, térmicas e estéticas das restaurações dentárias impressas em 3D. A combinação adequada desses fatores pode potencializar a durabilidade e a eficácia clínica das restaurações impressas.