A influência dos índices urbanísticos na capacidade de geração de energia fotovoltaica em zonas residenciais
Resumo
Os avanços tecnológicos possibilitam que as edificações possuam geradores de energia instalados no corpo da construção, produzindo parte ou toda a energia que consomem. Entre as tecnologias que permitem a geração de energia elétrica na edificação, a tecnologia fotovoltaica é uma das mais promissoras. A integração fotovoltaica -BIPV- deve ocorrer durante a fase de projeto das edificações, os módulos devem ser considerados como parte do envelope e não como uma adição posterior aos elementos do edifício construído. A morfologia urbana desempenha um papel fundamental na eficiência energética das cidades,
pois a disposição das edificações, largura das vias e entre outros fatores podem criar sombreamentos que impactam negativamente o desempenho dos sistemas FV. Esta dissertação investiga o impacto da morfologia urbana no BIPV em uma
área residencial de baixa densidade no município de Pelotas/RS, no bairro Laranjal. Foram analisadas características morfológicas e a legislação local que influenciam o desempenho de sistemas BIPV, considerando variáveis como dimensões dos terrenos, altura das edificações, recuos obrigatórios e orientações solares. Modelos representativos de tipologias predominantes na região foram simulados no software Autodesk Revit com o plugin Insight, avaliando a radiação solar incidente em superfícies horizontais (coberturas) e verticais (fachadas) sob diferentes distâncias entre edificações e orientações solares (NO, NE, SO, SE). Os resultados mostraram que as coberturas têm melhor desempenho em termos de radiação, enquanto fachadas sofrem maior impacto do sombreamento. A orientação solar NO foi a mais favorável, enquanto SE apresentou a menor disponibilidade de radiação solar. Após a simulação da disponibilidade de radiação solar, foi calculado manualmente a capacidade de geração FV para os modelos com melhor e pior desempenho na disponibilidade de radiação solar. Apesar das restrições em algumas situações, os resultados indicaram que as edificações podem gerar energia suficiente para suprir o consumo médio mensal de uma família, evidenciando a viabilidade da aplicação de BIPV na área estudada. Por fim, a pesquisa propôs ajustes no planejamento de novos empreendimentos e projetos arquitetônicos para maximizar a eficiência dos sistemas BIPV. Os achados reforçam que a morfologia urbana da expansão do bairro Laranjal contribui positivamente para a integração de BIPV, alinhando se às demandas de sustentabilidade energética e urbanística.