Héctor Vigliecca e o tema da habitação: um projeto de construção de cidade
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2022-11-04Metadatos
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A pesquisa tem como objetivo analisar os projetos de habitação e as propostas de urbanização do arquiteto Héctor Vigliecca, buscando entender as estratégias projetuais utilizadas para o estabelecimento de uma consistente relação entre arquitetura e cidade, ou seja, as estratégias utilizadas para “construir cidade”. Com o fim de analisar a construção da cidade por meio da habitação, são feitas análises arquitetônicas e urbanísticas de quatro projetos habitacionais de Vigliecca: o Conjunto Assembleia, a Reurbanização do Complexo Paraisópolis, a Colina D’oeste/Morro Socó e o Jardim Vicentina. Trabalha-se com a hipótese de que o olhar sobre a cidade, a interpretação cuidadosa do espaço urbano – ou seja, o modo de “construir cidade” por parte do arquiteto –, encontra as suas raízes na sua formação e nos primeiros anos profissionais no país natal, ou seja, no contato do arquiteto e da sua geração, no Uruguai dos anos 1960, com o contexto de crítica ao Movimento Moderno, que os leva, de alguma maneira, a uma atuação peculiar em urbanizações de habitação social no âmbito das cooperativas habitacionais. Como procedimentos metodológicos, foram realizadas revisões bibliográficas e análises arquitetônicas e urbanísticas textuais e gráficas. Para a realização das análises, elaborou-se um roteiro específico baseado nos “cinco mantras do desenho urbano” estabelecidos por Vigliecca, que, segundo ele, sintetizam os critérios básicos para a construção da cidade. Os resultados da pesquisa indicam que aquele contexto de crítica no qual atuou nos seus primeiros anos de trabalho não foi só importante, como fundamental para a construção do seu pensamento e da sua visão do papel do urbanista e do arquiteto frente à cidade. Alguns dos ensinamentos daquele momento apresentam-se claramente em seus projetos: conexão do conjunto com a cidade existente de forma que o novo seja solidário com o existente, busca por espaços qualificados, ideia de identidade e apropriação, preceitos que procuram tornar as cidades mais habitáveis e conectadas com os seus cidadãos.