Caracterização de cultivares de citros para extração de óleos essenciais e substratos na produção visando ornamentação
Date
2020-03-05Metadata
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A citricultura é um dos mais tradicionais setores do agronegócio brasileiro e, dentre as possibilidades promissoras para o direcionamento dos frutos estão a indústria de óleos essenciais e o mercado de plantas ornamentais. Assim, o objetivo deste trabalho foi efetuar a caracterização de cultivares de citros para extração de óleos essenciais e substratos na produção visando ornamentação. Para tanto, o mesmo foi realizado em três capítulos. No primeiro objetivou-se realizar a caracterização dos frutos das cultivares Caí, Rainha, Montenegrina e Pareci, no intuito de direcioná-las para a produção de óleos essenciais. O trabalho foi conduzido no laboratório de microscopia molecular da Embrapa Clima Temperado, Pelotas-RS. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, sendo os tratamentos em esquema bifatorial 4x7 (quatro cultivares e sete épocas de coleta (maturação)), com quatro repetições e um fruto por repetição. Foram realizadas sete coletas ao final da safra de 2019, sendo mensurados o comprimento e diâmetro equatorial do fruto e contagem das glândulas secretoras na casca dos frutos. As cultivares Caí, Rainha, Montenegrina e Pareci apresentaram um decréscimo gradativo no número de glândulas secretoras visíveis ao longo do processo de maturação dos frutos. As cultivares testadas apresentaram caracterísiticas físicas dos frutos compatíveis para a extração de óleos essenciais. No segundo capítulo objetivou-se avaliar substratos para o cultivo de Kunquat ‘Nagami’ em recipiente de 50 litros visando a ornamentação. O experimento foi conduzido em casa de vegetação localizada no Capão do Leão-RS. O delineamento experimental foi o interamente casualizado, sendo os tratamentos os substratos turfa fértil, fibra de coco e mistura de turfa fértil + fibra de coco (1:1), com 20 repetições por tratamento e uma planta por repetição. Após 12 meses foram avaliadas: % de sobrevivência, comprimento da parte aérea, número de ramos, número de raízes, comprimento da maior raiz, massa de matéria seca da raiz das plantas. Também foram avaliados o teor de sólidos solúveis, o pH e a acidez titulável dos frutos após 10 meses da instalação do experimento, além da determinação do pH, da condutividade elétrica e da densidade dos substratos, no ínício e após 12 meses. As características físico-químicas evidenciam o potencial ornamental da cultivar, além da possibilidade de consumo dos frutos, com melhor desenvolvimento nos recipientes contendo turfa fértil e fibra de coco + turfa fértil. No terceiro capítulo o objetivo foi avaliar a fenologia da Kunquat ‘Nagami’, sendo avaliadas as mesmas plantas citadas no capítulo anterior e adotando-se o mesmo delineamento experimental. Foram marcados quatro ramos por planta, atribuindo-se notas para as fases fenológicas. Independente do tratamento, o ciclo médio da cultivar foi de aproximadamente 10 meses e a duração de cada fase fenológica evidencia o potencial ornamental da mesma.