Encapsulação do óleo de linhaça marrom (Linum usitatissim L) em acetato de celulose pelo método de emulsificação/evaporação do solvente utilizando diferentes emulsificantes
Resumo
A linhaça é uma das oleaginosas mais importantes, sendo utilizada para alimentação
e produção de fibra têxtil. Apresenta uma quantidade de óleo de, aproximadamente,
40% e é uma fonte rica de ácidos graxos poli-insaturados, mas em função disso, é
muito susceptível à oxidação, podendo causar sabores e odores indesejáveis aos
alimentos. Uma alternativa para minimizar essas limitações é promover a
encapsulação do óleo de linhaça. Com isso, objetivou-se encapsular o óleo de linhaça
marrom em acetato de celulose pelo método de emulsificação/evaporação do solvente
utilizando diferentes emulsificantes. O óleo de linhaça marrom foi caracterizado
quanto ao índice de acidez, o índice de peróxido, às substâncias reativas ao ácido
tiobarbitúrico e à atividade antioxidante. A determinação da estabilidade da emulsão
(O/A) utilizando óleo de linhaça e os diferentes emulsificantes (poli (álcool vinílico) -
PVA, caseína, gelatina, proteína de ervilha e proteína de arroz), foi avaliada por 24 h
a 20 ºC e 50 ºC. As partículas de óleo de linhaça em acetato de celulose, utilizando
os emulsificantes selecionados, PVA, caseína e gelatina, e formadas pelo método de
emulsão/evaporação, foram analisadas quanto à eficiência da encapsulação, à
atividade antioxidante, à morfologia, à estabilidade térmica, à cor e às substâncias
reativas ao ácido tiobarbitúrico. O óleo de linhaça marrom utilizado apresentou
composição compatível com a legislação e com a literatura. Os emulsificantes
influenciaram nas características das partículas de óleo de linhaça encapsulado em
acetato de celulose pelo método de emulsão/evaporação. A utilização da gelatina
como emulsificante proporcionou os maiores valores de eficiência de encapsulação
98%, partículas esféricas com depressões e maior estabilidade térmica pela
calorimetria exploratória diferencial (DSC), entretanto, apresentou altos valores de
substância reativa ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e um intenso escurecimento das
partículas foi observado com o armazenamento acelerado. Com a caseína obteve-se
valores intermediários de eficiência de encapsulação, partículas irregulares com
depressões, estabilidade térmica pelo DSC, menores valores de TBARS e
escurecimento das partículas. O PVA proporcionou baixos valores de eficiência de
encapsulação, partículas esféricas de superfície lisa com agregados, altos valores de
TBARS e partículas mais claras. Independente do emulsificante utilizado, as partículas
apresentaram baixa atividade antioxidante.