Conhecimentos probabilísticos de professoras dos anos iniciais do ensino fundamental
Resumen
Entendemos ter havido mudanças marcantes no que concerne ao ensino de Probabilidade nos anos iniciais do ensino fundamental a partir da Base Nacional Comum Curricular. Uma maior visibilidade da temática e o reconhecimento da importância do seu ensino a partir do 1° ano do ensino fundamental, de alguma forma, avalizam o nosso pensamento e, mesmo que tardiamente, buscam incorporar tendências mundiais acerca do ensino de Probabilidade a nível escolar. Essa alteração impacta o trabalho da professora que ensina Matemática e, consequentemente, Probabilidade. É exatamente nessa conjuntura que buscamos investigar quais conhecimentos probabilísticos são revelados por pedagogas, professoras do ensino fundamental – anos iniciais – de uma rede pública de ensino, consideramos o conhecimento específico para o ensino como uma característica da professora, a partir da perspectiva da profissionalidade docente. As sujeitas da pesquisa foram treze professoras dos anos iniciais do ensino fundamental da rede pública da cidade de Sobral/Ceará. Utilizamos a modalidade pesquisa qualitativa, lançando mão de entrevistas, questionários, gravações em áudio e vídeo e interações a partir de um grupo formativo, que, de forma indutiva, considerando a subjetividade deste pesquisador, possibilitaram a construção e a coleta de dados para levantar informações/resultados. Utilizamos o modelo teórico Conhecimento Especializado do Professor de Matemática (MTSK) como estrutura analítica para obter uma visão dos conhecimentos probabilísticos revelados pelas professoras nos processos de geração e coleta de dados. A partir da nossa pesquisa, inferimos que, ao serem analisados conhecimentos probabilísticos tanto em relação aos aspectos conceituais/conteudistas, quanto em relação aos pedagógicos para o ensino, as professoras revelaram um escasso conhecimento de Probabilidade. Algumas deficiências conceituais de Matemática importantes para o ensino de Probabilidade também foram percebidas. Conjecturamos a trajetória formativa da professora – formação inicial fragilizada em Matemática e formações inicial e continuada ausentes em Probabilidade – e a não efetivação do ensino de Probabilidade com seus(suas) estudantes – devido à ausência da temática em avaliações de larga escala –, como causas que contribuíram e contribuem para o cenário desvelado.