(De)codificando o (In)visível: o design de interação como uma abordagem sensível para o projeto de interfaces tangíveis.
Resumen
O design de interação é uma área que estuda a experiência humana e todos os aspectos envolvidos na comunicação entre objeto e indivíduo. Assim como o design inclusivo, baseia-se na abordagem do design centrado no usuário, e enfatiza o
sentimento de empatia na elaboração de soluções mais efetivas. Dentre os diversos tipos de interação, as interfaces tangíveis combinam o mundo físico e o digital através de interações baseadas em toque. Dessa forma, têm o potencial de promover o
aprendizado por meio da manipulação de objetos físicos, conectados a elementos digitais. Esta pesquisa fundamenta-se nesses conceitos para investigar como os projetos de interfaces tangíveis inseridos em ambientes museais vem sendo desenvolvidos nos últimos anos. O objetivo geral é reconhecer métodos e repertórios que subsidiem a produção de recursos assistivos direcionados a leitura e interpretação do patrimônio arquitetônico inseridos em contextos museais; e, com base nessa compilação, elencar diretrizes voltadas para apoiar projetos de interfaces tangíveis. As discussões teóricas tratam do conceito de experiência do usuário (cf. NORMAN, 1988; 2004; DESMET E HEKKERT, 2007); design de interação (BENYON, 2005; GARRETT, 2010; ROGERS, SHARP E PREECE, 2011;); e design inclusivo (HOLMES, 2016). A proposta metodológica do trabalho é orientada pelo processo de revisão sistemática descrito por Felizardo et al. (2017). A busca por estudos que
apresentam o desenvolvimento de interfaces tangíveis tem origem nas produções científicas publicadas em periódicos considerados relevantes para área da tecnologia e representação em arquitetura. Os artigos finais selecionados são analisados frente aos preceitos de Benyon (2005), que estabelecem quatro elementos envolvidos no design de interação: Pessoas, Atividades, Contexto e Tecnologia. Como resultado, foram identificados: os principais métodos que tem impulsionado o processo de desenvolvimento de projetos de interfaces tangíveis; e como a experiência do usuário tem sido considerada. A partir da comparação entre os referenciais teóricos e as informações obtidas na revisão sistemática, foi possível elencar diretrizes de apoio para o desenvolvimento de recursos assistivos direcionados a representação do patrimônio arquitetônico, inseridos no contexto expositivo. Como contribuição, espera-se estimular a produção de recursos assistivos sobre o viés da experiência do usuário.