Respostas ecofisiológicas, enzimáticas e bioquímicas de cultivares de cevada expostas à restrição hídrica em diferentes estádios de desenvolvimento
Abstract
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho fisiológico, enzimático
e bioquímico de cultivares de cevada, submetidas à restrição hídrica em diferentes
estádios de desenvolvimento. Para tanto, foram utilizadas sementes de diferentes
cultivares e a restrição hídrica foi imposta em diferentes estádios de desenvolvimento
da cultura. Em laboratório, foram realizados experimentos estudando a relação entre
cultivares x restrição hídrica x temperatura, sob o crescimento inicial, desempenho
enzimático e bioquímico das cultivares. Já em casa de vegetação, avaliou-se a relação
entre cultivares x restrição hídrica e períodos de exposição ao estresse, sob o
crescimento, desenvolvimento e qualidade das sementes produzidas das cultivares
de cevada. Como resultados, observou-se que a limitação hídrica, associada ou não
a alta temperatura, afetou negativamente os atributos de germinação, vigor e
crescimento inicial das cultivares. Além disso, quando submetidas ao estresse hídrico
e alta temperatura, as plântulas de cevada expressaram valores superiores na
atividade enzimática e composição bioquímica. Em casa de vegetação, a suspensão
hídrica promoveu a redução de atributos como comprimento de parte aérea,
comprimento total, área foliar, clorofila a, b e total, razão de área foliar e razão de
massa foliar das plantas, contudo, houve resposta diferencial das características
dependendo da cultivar e tempo de permanência do estresse. Quando submetidas a
limitação hídrica, as cultivares apresentaram valores mais elevados para a atividade
das enzimas superóxido dismutase, catalase e ascorbato peroxidase, além da
peroxidação lipídica e açúcares solúveis totais. Também em casa de vegetação,
constatou-se o menor aporte de massa seca total, taxa de produção de massa seca,
taxa de crescimento relativo, taxa assimilatória líquida e eficiência de conversão da
energia solar quando as plantas foram submetidas ao estresse. Além disso, o estresse
afetou a qualidade das sementes produzidas, com redução de cerca de 17% no
percentual de sementes com dimensões de primeira classe, aumento de até
aproximadamente 291% de sementes de terceira classe, além de redução de cerca
de 23% na germinação e 18% no comprimento de parte aérea, com distinção de
resposta entre as cultivares. Portanto, a realização deste estudo permitiu constatar
que o estresse por restrição hídrica é capaz de afetar o desempenho das cultivares
de cevada nos diferentes estádios de desenvolvimento.