A viola do Senhor Cabral: um antropólogo no processo de registro do saber-fazer viola caipira em Bom Despacho, MG
Resumo
Esta dissertação discorre sobre o registro e extroversão do saber-fazer viola caipira a partir do bambu em Bom Despacho, MG, trazendo a reflexão sobre contribuições do saber antropológico nos processos de registro de Bem Cultural. Demonstra-se que a Antropologia, tanto teórica quanto metodologicamente, pode auxiliar no entendimento sobre o bem cultural em sua amplitude, já que as categorias dicotômicas não conseguem contemplar a pluralidade cultural do país. Nesse sentido, destaca-se a importância do conceito de malha de Ingold (2012) para compreensão dos bens culturais imateriais e sobre patrimônio. A partir do trabalho etnográfico, pode-se entender como se deu o processo histórico de reconhecimento de bens patrimoniais em Bom Despacho e como vem mudando a partir de novos olhares e aplicações de conceitos mais abrangentes sobre patrimônio. Também é possível observar a efetividade de uma boa formação de gestores e agentes públicos, que contemple tanto aspectos metodológicos quanto práticos, pois são em situações de campo que se percebe os pontos frágeis da relação entre pesquisador(a), detentor(a) de bem e Poder Público. Apresenta-se uma proposição de extroversão dos resultados da pesquisa acadêmica a partir dos preceitos da extensão universitária, através de uma exposição fotográfica, em parceria com a Secretaria de Cultura e Turismo de Bom Despacho, MG. Com o objetivo de cumprir o papel ético da pesquisa de articulação de saberes com a sociedade destaco a importância da extensão universitária, na compreensão, reconhecimento e divulgação desses bens, no planejamento de políticas públicas mais inclusivas, auxiliar a repensar a relação da Antropologia, produção acadêmica e os museus