Uma análise sobre a relação da Austrália com a memória de suas

Abstract

Este projeto aborda o desenvolvimento da agenda política da Austrália em relação às questões de memória, justiça e reconciliação para as populações indígenas do país, com foco nas "gerações roubadas". Esse termo, cunhado em 1981 pelo historiador Peter Read, refere-se aos jovens e crianças aborígenes e ilhéus do Estreito de Torres que foram removidos de suas famílias e colocados em lares adotivos e assentamentos religiosos. Essa remoção foi oficialmente realizada por meio de atos dos governos estaduais australianos, totalizando aproximadamente 50 mil crianças retiradas entre as décadas de 1920 e 1980. Essa prática causou impactos profundamente negativos nas comunidades indígenas da Austrália. É importante ressaltar que as condições nos assentamentos e lares adotivos eram precárias, e os jovens retirados frequentemente sofreram abusos físicos, psicológicos e sexuais. As "gerações roubadas" estão inseridas em um contexto de políticas discriminatórias na Austrália, conhecido como "White Australia", que se manifestou em publicações eugenistas e racistas nos órgãos do governo australiano responsável pelas populações indígenas.