Políticas de memória na América do Norte e Central: uma abordagem sobre as comissões da verdade no México, em El Salvador e na Nicarágua

Abstract

Durante o fim da década de 1980 e início da década de 1990, México, El Salvador e Nicarágua vivenciaram um período de significativa instabilidade política ocasionada por violentos conflitos que marcam até hoje suas histórias recentes. Diferenças de contextos políticos à parte, o ponto em comum entre esses países, além de estarem geograficamente próximos, diz respeito ao saldo de violações de direitos humanos cometidas ao longo de um ciclo de violência política, cujas repercussões impactam na atualidade. Com vistas a superar este passado conflituoso e estabelecer um projeto politico focado em dimensões propositivas no que se refere à efetividade de direitos humanos, foram pensados instrumentos que busquem satisfazer demandas por memória, verdade e justiça, isto é, as chamadas políticas de memória. De acordo com Solís Delgadillo (2015), políticas de memória são políticas públicas através das quais governos lidam com problemas relacionados à memória. Trata-se, além disso, de instituições que objetivam dirimir conflitos relativos a um período histórico determinado, tendo a reparação às vítimas como o foco principal.