Abelhas utilizam campos eletrostáticos como fator de decisão em visita floral?

Abstract

Abelhas tem uma forte ligação evolutiva com as plantas angiospermas por isso tornaram-se ao longo do tempo suas principais polinizadoras. Contudo, para que o fenômeno da polinização feita por animais aconteça, as satisfaça alguma necessidade animal, sendo as três principais: reprodução, abrigo e alimentação. É suposto que o campo eletromagnético e seu formato gerado em uma flor, geralmente carregada negativamente, pode ser outro fator de atração. Os potenciais elétricos na superfície das plantas se alteram durante o dia e, em consequência, campos eletrostáticos são emitidos a partir desses potenciais. Esses campos eletrostáticos interpretados por insetos voadores com capacidade de eletrorrecepção poderiam servir como indicativos de disponibilidade de recursos florais. Isso se torna possível sabendo que insetos voadores como abelhas tendem a desenvolver cargas elétricas positivas de potencial elétrico e, desta maneira, o pouso de um inseto voador em uma flor carregada negativamente poderia neutralizar o campo elétrico desta, deixando marcas que interpretadas por visitantes posteriores seriam um indicativo de uma flor com recursos florais já explorados. Diversas hipóteses surgiram para explicar o mecanismo usado para esta magnetorecepção porém os estudos na área ainda são bastante incipientes. Visto a escassez de conhecimentos, estudos e divulgação sobre este assunto, justifica-se esta revisão bibliográfica. Tendo o intuito de tornar-se prelúdio para o interesse referente ao tema e a implicação desse processo na relação entre abelhas e flores. Além de como isso pode ser refletido na construção do conhecimento humano e tecnológico visando a melhoria de futuras práticas de conservação de áreas naturais, sistemas agrícolas, práticas de apicultura e meliponicultura.