Morangueiro e amoreira-preta: manejo e competição de genótipos
Abstract
A diversificação de pequenas propriedades por meio do cultivo de pequenas frutas,
como o morangueiro e a amoreira-preta, desempenha um papel fundamental no
desenvolvimento rural. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho
agronômico de genótipos de morangueiro em função do sistema de cultivo e do
manejo com poda de renovação, assim como, avaliar o potencial produtivo de
genótipos de amoreira-preta. O estudo foi dividido em quatro experimentos, no
primeiro foram avaliados cinco genótipos de morangueiro ('Albion', 'Monterey', 'San
Andreas', 'Fronteras' e 'BRS DC25 Fênix') em dois sistemas de cultivo: sem solo,
utilizando slabs com substrato e ambiente protegido, e convencional no solo, com
canteiros cobertos por mulching e túneis baixos. O sistema convencional possibilitou
maior produção de frutas, além de frutas com maior teor de sólidos solúveis, firmeza,
ratio e compostos bioativos, enquanto sem solo apresentou a maior produtividade.
'Fronteras' e 'BRS DC25 Fênix' se destacaram com as maiores produções de frutas e
‘Albion’ e ‘BRS DC25 Fênix’ tiveram os maiores conteúdos de sólidos solúveis. No
segundo experimento, foram avaliados oito genótipos de morangueiro (Seleção 30-8;
Sel. 31-9; Sel. 35-2, ‘BRS DC25 Fênix’, ‘BRS DC22’, ‘Fronteras’, ‘Albion’ e ‘San
Andreas’), cultivados em sistema sem solo durante dois ciclos consecutivos, sendo
metade das parcelas submetidas à poda de renovação ao final do primeiro ciclo. A
poda drástica não resultou em aumento de produção de frutas durante o segundo ciclo
para a maioria dos genótipos ('Sel. 35-2', 'BRS DC22', 'BRS DC25 Fênix', 'Fronteras'
e 'San Andreas'). Albion' e Sel. 30-8 tiveram sua produção prejudicada, enquanto a
'Sel. 31-9' teve sua produção favorecida pelo uso dessa técnica. O terceiro e quarto
experimentos objetivaram avaliar genótipos de amoreira-preta desenvolvidos pela
Embrapa em relação à fenologia, produção e qualidade de frutas. Foram estudados
sete genótipos sem espinhos (Black 310, Black 348, Black 353, Black 356, Black 371,
‘BRS Karajá’ e ‘Xavante’) e dez genótipos com espinhos (Black 251, Black 312, Black
331, Black 338, Black 355, Black 367, Black 370, Black 378, ’Tupy’ e ‘BRS Cainguá’),
durante três safras consecutivas. A ‘BRS Karajá’ apresentou produção de frutas mais
precoce que a ‘Xavante’, enquanto a Black 353 e a Black 356 foram mais tardias. A
‘BRS Karajá’, Black 310, Black 353 e Black 356 apresentaram altas produtividades
acumuladas, acima de 40 t ha-1 considerando as três primeiras safras. A ‘BRS Karajá’
apresenta potencial para o mercado de frutas in natura, devido ao alto valor de ratio
de suas frutas. A Black 312 mostrou-se promissora para o cultivo em escala comercial
devido à alta produtividade, alto teor de antocianinas e atividade antioxidante, além
de baixa densidade de espinhos em suas plantas. A Black 338 e a Black 251 possuem
aptidão para o processamento industrial, devido à alta acidez titulável e produtividade.
A Black 355 apresentou frutas com alto teor de sólidos solúveis, ratio e firmeza, porém
suas plantas possuem alta densidade de espinhos. A Black 355, Black 367 e Black
370 apresentaram o maior teor de compostos fenólicos totais.