Prospecção dos óleos essenciais da família Lamiaceae, sobre ovos de Ancylostoma spp.
Fecha
2015-03-27Autor
Azambuja, Rosaria Helena Machado
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Os Ancilostomídeos são parasitos que contaminam o meio ambiente e
determinam, nos animais e no homem, infecções parasitárias de importância em
saúde pública. A prevalência de ancilostomídeos de caráter zoonótico é elevada
no sul do Rio Grande do Sul e, somado a isso, alguns endoparasitos de animais
de companhia estão resistentes a determinados anti-helmínticos. Assim, o
trabalho teve como objetivo avaliar a atividade anti-helmíntica, in vitro, de óleos
essenciais da família Lamiaceae, frente a ovos de Ancylostoma spp. obtidos de
cães naturalmente infectados, assim como avaliar a composição química desses
óleos essenciais. Para tal, foram realizados testes de eclodibilidade larvar, onde
os ovos do parasito foram expostos a concentrações de 2,5% a 0,07% dos óleos
essenciais de Origanum vulgare (orégano), Origanum majorana (manjerona) e
Rosmarinus officinalis (alecrim). O ensaio foi acompanhado de um controle
positivo com cloridrato de tiabendazole (0,025 mg/mL) , um controle negativo com
água destilada e o controle com tween 80. A composição química de cada
amostra de óleo essencial foi determinada por cromatografia gasosa acoplada ao
espectrômetro de massas (GC-MS). Observou-se que todos os óleos
apresentaram ação anti-helmíntica, sendo que o percentual de inibição da
eclodibilidade do óleo de alecrim foi de 100% na concentração de 12,5mg/ml e
maior que 90% nas concentrações de 7,5mg/ml e 3,1mg/ml, ficando acima de
50% na concentração de 1,55mg/ml e abaixo na de 0,75mg/ml e 0,35mg/ml.
Quanto ao óleo essencial de orégano, as concentrações de 10mg/ml, 5mg/ml e
2,48mg/ml apresentaram um percentual inibitório de 100%, enquanto que a
concentração de 1,24mg/ml ficou acima de 90%. A concentração de 0,6mg/ml
ficou acima de 50% e a de 0,28mg/ml ficou abaixo desse percentual inibitório. O
óleo essencial de manjerona obteve 100% de inibição da eclosão nas
concentrações de 15mg/ml, 7,5mg/ml e 3,72mg/ml, sendo que o percentual foi
acima de 90% na concentração de 1,86mg/ml,enquanto que a de 0,9mg/ml ficou
acima de 50% e a 0,42mg/ml abaixo. Os compostos químicos majoritários para o
O. vulgare foram o 4-terpineol (27,24%), timol (19,78%) e gama terpineno
(14,23%), enquanto que para o óleo essencial de O. majorana foram identificados
o 4-terpineol(35,99%), gama terpineno(16,76%) e o alfa terpineno (11,43%), e
para o óleo de R. officinalis observou-se cineol (42,12%), cânfora (16,37%) e alfa
pineno (14,76%) como componentes majoritários. De acordo com os resultados
obtidos, pode-se afirmar que, nas condições do ensaio, os óleos essenciais de R.
officinalis, O. vulgare e O. majorana inibem a eclobilidade de ovos de
Ancylostoma spp, podendo ser uma alternativa promissora para o controle dessa
parasitose, sendo necessários estudos adicionais.