Anti-sépticos e Fitoterápico na cicatrização de feridas
Abstract
O processo cicatricial compreende um dinâmico processo celular que garante a restauração tissular, os tratamentos para a cicatrização auxiliam nesse processo. Na medicina veterinária os anti-sépticos são utilizados rotineiramente para a cicatrização de feridas e atualmente os fitoterápicos têm sido bastante estudados. Os objetivos desse trabalho foram avaliar a evolução e a qualidade da cicatrização de feridas cirúrgicas tratadas com anti-sépticos e feridas cutâneas abertas tratadas com cremes contendo concentrações diferentes de Triticum vulgare. A avaliação dos anti-sépticos foi realizada em 30 fêmeas caninas submetidas à ovariosalpingohisterectomia e tratados com: polivinil-pirrolidona iodo (PVPI) 10%, clorexidine 0,5% ou solução fisiológica 0,9%, em dias alternados durante dez dias. A avaliação do fitoterapico foi realizada em coelhos, sendo estudadas 135 feridas aos dias sete, 14 e 21 e divididas em grupos de dez feridas de cada tratamento para análise clínica e histopatológica e 15 para a tensiométrica, os tratamentos utilizados foram com extrato aquoso de T. vulgare na concentração de 2mg/ml e de 10mg/ml e creme não iônico, durante 21 dias. As feridas cirúrgicas e abertas foram analisadas quanto a qualidade cicatricial e ao aspecto clínico em: tipo e quantidade de exsudato, formação do tecido de granulação e epitelização, sendo que nas feridas cutâneas abertas foi acrescentando a análise de contração. Nas feridas cutâneas abertas ainda foram realizadas análise histopatológica, força de ruptura e tensiométrica. Nas feridas cirúrgicas não foi observada diferença significativa entre os tratamentos ao longo do período estudado nas avaliação clínicas. Exsudato purulento ocorreu em todos os tratamentos durante o período experimental, embora no dia 10 as feridas tratadas com solução fisiológica 0,9% diferiram dos demais tratamentos (p=0,0429). As feridas tratadas com solução fisiológica permitiram a retirada de pontos em até sete dias, diferindo dos demais tratamentos (p=0,0357). Na avaliação da qualidade cicatricial, as feridas tratadas com clorexidine 0,5% apresentaram maior percentual de feridas normotróficas (70%) e dentro dos limites anatômicos da pele (40%). O tratamento com PVPI diferiu dos demais grupos devido não possuir feridas dentro dos limites anatômicos da pele (p=0,0085). Nas feridas cutâneas abertas tratadas com concentrações diferenciadas de T. vulgare e creme não iônico foi demonstrado que na evolução da análise clínica, histopatológica (fases do processo cicatricial e colágeno) e da força de ruptura não houve diferença significativa entre os grupos. Na análise tensiométrica o tratamento com T. vulgare 2mg/mI diferenciou-se estatisticamente do grupo controle (p=0,0295). Nas condições do estudo concluí-se que não houve diferença na cicatrização de feridas cirúrgicas tratadas com polivinil pirrolidona iodo 10%, clorexidine 0,5% e solução fisiológica 0,9%, embora o clorexidine tenha determinado maior percentual de feridas normotróficas e dentro dos limites normais. Não houve diferença no processo cicatricial de feridas abertas tratadas com os as duas concentrações de cremes contendo extrato aquoso de T. vulgare e creme não iônico, mas as feridas tratadas com o creme contendo extrato aquoso de T. vulgare 2 mg/ml apresentaram melhor resultado na avaliação tensiométrica