Micropropagação do porta-enxerto Mr. S. 2/5 (Prunus cerasifera x Prunus spinosa)
Resumo
Apesar das plantas frutíferas serem propagadas por vários métodos, as mudas
comerciais de prunáceas são obtidas por meio da enxertia de uma cultivar copa
sobre um porta-enxerto. No Rio Grande do Sul pela proximidade das indústrias de
conserva, os porta-enxertos são originários a partir do descarte dos caroços de
cultivares de maturação tardia, aspecto este que permite a ocorrência de misturas
varietais e consequentemente a formação de pomares com plantas desuniformes.
Por outro lado, a propagação vegetativa leva à formação de plantas uniformes, pois
mantém as características da planta matriz, podendo esta ser realizada por diversos
métodos, como por exemplo, a micropropagação. Assim, desenvolver protocolos de
propagação vegetativa irá contribuir no processo de produção de mudas de
prunáceas na região Sul do Brasil. Portanto, o objetivo do presente trabalho foi
otimizar a multiplicação e o enraizamento in vitro, bem como a aclimatização das
brotações provenientes do meio de enraizamento com o porta-enxerto Mr. S. 2/5 .
Para tal, o trabalho foi dividido em dois capítulos, um sobre a multiplicação in vitro e
o segundo referente ao enraizamento in vitro e aclimatização. No primeiro capítulo
foram testados a composição de sais, o pH do meio de cultura, a fonte e a
concentração de carboidrato e a concentração de AIB. No segundo capítulo,
objetivou-se avaliar o efeito da concentração de AIB e o tempo de permanência das
brotações no meio de cultura, sobre o enraizamento in vitro e a sobrevivência
dessas na fase de aclimatização. Na etapa de multiplicação, explantes cultivados em meio MS com pH 5,2 apresentaram o maior número de brotações. Entretanto, a
fonte e a concentração de carboidrato não exerceram influência sobre o número e o comprimento das brotações formadas. Já, com relação às concentrações de AIB,
meios suplementados com 0,06 mg L-1 apresentaram maior formação de brotações,
porém sem influência significativa para o comprimento destas. No que diz respeito à
fase de enraizamento in vitro e de aclimatização, brotações cultivadas em meio de
cultura com 1,6 mg L-1 de AIB por 12 dias, apresentaram alta percentagem de
enraizamento, aproximadamente, 90%, bem como maior percentagem de plantas
sobreviventes na fase de aclimatização.