Parâmetros hídricos em angiospermas lenhosas de clima temperado durante os estádios de repouso e crescimento
Abstract
O conhecimento dos processos fisiológicos, tanto na fase de repouso quanto no
desenvolvimento vegetativo, é importante na adaptação das angiospermas lenhosas
de clima temperado, especialmente na questão da gestão da água pela planta. Os
objetivos deste trabalho foram avaliar o conteúdo da água e o metabolismo de
carboidratos durante o progresso da dormência em pereiras, avaliar estratégias do
uso da água em duas espécies lenhosas (macieira e nogueira), que foram
submetidas a três níveis de déficit hídrico, e por fim, avaliar a confiabilidade da
técnica de injeção de ar para indução à cavitação em três espécies de angiospermas
lenhosas. No primeiro experimento, conduzido durante o outono e inverno de 2008
no Brasil, utilizou-se plantas de pereira cultivares Housui e Packham´s Triumph. O
segundo experimento foi desenvolvido na França durante o verão de 2009, com
macieiras e nogueiras sob estresse hídrico. O terceiro experimento foi conduzido na
França em 2009 com três espécies de angiospermas lenhosas com diferentes
comprimentos dos vasos do xilema, Betula pendula, Prunus persica e Quercus
robur. A partir dos resultados concluiu-se que o conteúdo de água nos tecidos pode
ser um marcador do progresso da dormência para cv. Packham s Triumph. Porém os
dados não foram conclusivos para cv. Housui. O fechamento estomático pode ser
um importante parâmetro na prevenção à cavitação xilemática em nogueiras e
macieiras submetidas a déficit hídrico no solo. Em regime de secas severas, a
macieira mantém os estômatos parcialmente abertos, indicando maior tolerância
desta espécie à seca quando comparado à nogueira. E por fim, a técnica de injeção
de ar utilizando câmara de ar com duas saídas é fiável para espécies com xilema de
porosidade difusa, utilizando câmaras curtas e amostras de ramo que tenha
comprimento superior aos vasos do xilema.