Efeito da salinidade na qualidade fisiológica de sementes de arroz e feijão submetidas a estresse salino
Resumo
Este trabalho objetivou avaliar a qualidade fisiológica das sementes e o
crescimento das plântulas de arroz cv. EL Passo L 144 e feijoeiro cv. FT Nobre,
tratadas com soluções de cloreto de sódio (NaCl), nas diferentes concentrações
de zero; 30; 60; 90; 120 e 150 mM. Para isto, utilizou-se testes de viabilidade,
vigor e medidas do crescimento. A germinação e a emergência em sementes de
arroz foram afetadas negativamente nas concentrações de 120 e 150 mM de
NaCl, já as sementes de feijoeiro não mostraram redução na porcentagem da
germinação, mas a emergência foi afetada drasticamente, para todos os níveis de
salinidade avaliados. O índice de velocidade de emergência de ambas as
espécies mostrou diminuição nas concentrações mais elevadas de NaCl. A massa
fresca e seca da parte aérea e do sistema radicular de plântulas de feijoeiro
diminuíram conforme o aumento das concentrações salinas, já para o arroz, a
salinidade não afetou significativamente esta cultivar. O comprimento da parte
aérea das plântulas de arroz e de feijoeiro diminuíram drasticamente com
aumento da salinidade. No teste de condutividade elétrica com zero, três e 24
horas de incubação, as sementes de arroz e de feijoeiro, apresentaram maior
liberação de lixiviados, nas maiores concentrações de NaCl. O teor de clorofila
total, de plântulas de feijoeiro apresentou diferenças significativas nos maiores níveis de salinidade (120 e 150 mM de NaCl), mas não diferiram para as plântulas
de arroz. Portanto, nas condições em que o trabalho foi realizado podemos
concluir que a salinidade não tem efeito na absorção de água. No entanto, a
qualidade fisiológica e o crescimento das sementes de ambas as espécies são
comprometidos pelos níveis crescentes do cloreto de sódio.