As tessituras entre O Apanhador no Campo de Centeio e as intimações do imaginário para a (auto)formação humana
Resumen
O presente trabalho de pesquisa nasce no interior do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Imaginário, Educação e Memória (GEPIEM), no Programa de Pós-graduação em Educação, nível mestrado, na linha de Cultura Escrita: linguagens e aprendizagem. Tendo como norte metodológico a análise da obra literária O Apa-nhador no Campo de Centeio , de J. D. Sallinger, com o intuito de buscar conver-gências deste romance de formação (bildungsroman) para pensar a Educação. Em especial, buscar as contribuições desta a partir da tessitura entre os estudos do imaginário e a (auto) formação humana. A obra analisada constitui-se como um po-tente ideologema por ser capaz de fazer o trânsito entre um adolescente e seus conflitos, sofrimentos e pulsões individuais em seu contexto afetivo, social, cultural e o âmbito mais geral da sociedade da época - metade do século XX. A narrativa do protagonista e suas relações com a família, escola, colegas e amigos possui uma dimensão atemporal, ou seja, que pode pertencer a qualquer tempo, tornando a obra, portanto, contemporânea. A partir da leitura da obra extraímos alguns núcleos simbólicos agrupados em quatro mitemas capazes de mostrar a riqueza e a potên-cia do romance de formação para a (auto)formação humana. O primeiro mitema: o ser humano pode (auto) formar-se entre o conflito e a loucura na busca do te-souro interior. O segundo mitema: a (auto) formação pode dar-se na viagem en-tre a evasão e o confronto. O terceiro mitema: a (auto) formação humana ocorre pela iniciação e a transmigração. No último e quarto mitema: a queda no abismo como ato de viver e (auto) formar-se. Tais mitemas foram analisados à luz dos estudos do imaginário, em especial em seus aspectos simbólicos, no sentido de re-lacionar e valorizar a importância das leituras do romance de formação e das escri-tas de vida para suscitar outros sentidos à educação do ser humano. Uma percep-ção que valorize o sentido e o vivido, tanto quanto o sabido e o comprovado.