Lanosidade em pêssegos: aspectos físicó-químico e moleculares
Abstract
Estudou-se a expressão transcricional e traducional de um grupo de genes associados ao metabolismo de parede celular (Cob, GLS, GalT, CCR, PL, PG, PME, β-Gal, β-Man, α-Ara, Exp1, Exp2, Exp3 e Exp4), transporte endomembranas (SFT2, Vap27-2, ADL1A, ROC7, Rab5, Vamp, Kin, Cla, Syn, ERD2 e Rab11), expressão de HSPs (HSP40-1er, HSP70er, HSP40-2er, HSPCNX1, HSPCRT2, HSP70ch, HSP17.8ch, HSP60mi, HSP26.5mi e HSP60-3Bmi) e síntese de etileno (ACCO) em pêssegos tratados e não tratados com ácido giberélico (AG3), monitorando-se a evolução da maturação e as variações ocorridas após o armazenamento em ar refrigerado (AR) e atmosfera controlada (AC). Como variáveis de caracterização do estádio de maturação dos frutos avaliou-se a produção de etileno, firmeza de polpa, acidez total (AT), sólidos solúveis (SS), relação SS/AT e coloração de fundo da epiderme. Inicialmente avaliaram-se alterações moleculares existentes em frutos em diferentes estádios de maturação. Posteriormente, estudou-se o efeito de diferentes formas de armazenamento sobre o desenvolvimento da lanosidade e, por fim, foi avaliado o efeito da aplicação de AG3 na pré-colheita sobre o retardamento da maturação e na prevenção da
lanosidade. Verificou-se que o amadurecimento de pêssegos é dependente da transcrição de genes codificadores para proteínas envolvidas na síntese e na degradação da parede celular e para proteínas envolvidas no transporte endomembranário. Ao analisarem-se diferentes formas de armazenamento observou-se que a utilização de atmosfera controlada reduziu a incidência de lanosidade, e ao contrário do esperado, verificou-se que a lanosidade não é ocasionada pela redução da expressão de genes relacionados com o
transporte via endomembranas. A aplicação de AG3 antes do endurecimento do caroço não retarda o amadurecimento, mas contribui para aumentar o tamanho e a massa dos frutos, e
diminui a incidência de lanosidade. O aumento do tamanho pode ser explicado pela indução de genes codificadores de expansinas e a prevenção da lanosidade pode ser atribuída à
indução de genes de proteção a estresses abiótiocos, com destaque para as HSPs.